Grande Belém

Belém tem novo esquenta para o carnaval

Belém tem novo esquenta para o carnaval

Diego Monteiro

Os tradicionais arrastões culturais atraíram, pela terceira vez, milhares de pessoas às ruas dos bairros de Pedreira, Jurunas e Guamá, depois que quatro escolas de samba realizaram os tradicionais cortejos em Belém. Entre agremiações que se apresentaram na tarde de ontem (15) estão: Piratas da Batucada, Rancho Não Posso Me Amofiná, Bole Bole e Embaixada de Samba do Império Pedreirense.

A convocação dos grupos carnavalescos tem o objetivo de dar início ao espírito da folia na capital paraense, que ficou suspensa por dois anos devido a pandemia da Covid-19. Agora, todos os domingos, as quatro escolas realizarão o cortejo pela cidade, cada uma com um trajeto diferente, totalmente gratuito e aberto para todos os públicos.

No bairro do Jurunas, a concentração foi na quadra do Rancho Não Posso Me Amofiná, que antes mesmo do horário combinado, já reunia centenas de foliões ansiosos para o percurso que saiu e terminou na sede da escola. “Sou da nação ranchista e esse amor pode ser expresso ao longo da minha vida de dedicação a essa família. São 35 anos de Rancho, sendo que 20 como porta-estandarte e hoje estou ocupando o ‘destaque de alá’. Eu costumo falar que os próximos dias o corpo vai começar a cansar, mas uma coisa é certa, vou levar e apoiar este que chamo de amor da minha vida”, definiu Leonardo Verçosa, 62 anos.

Já no Guamá, a escola de samba Associação Carnavalesca Bole-Bole puxou o segundo arrastão pelas ruas do bairro. De acordo com os organizadores, este é o segundo dos cinco cortejos previstos pela agremiação, que tem apresentado o samba-enredo em homenagem ao compositor e cantor popular Ronaldo Silva, o mesmo que será apresentado no corredor da folia de Belém mês que vem.

De acordo com o diretor de harmonia da agremiação, Kleber Oliveira, participaram do arrastão cerca de 500 pessoas. “Junto desse quantitativo temos uns 180 integrantes, entre bateria, mulatas, mestre-sala, porta-bandeira e baianas. A tendência é que com o passar dos dias ganhe mais corpo e com o histórico que temos, pode chegar a quase duas mil pessoas”, pontuou.

Foto: Wagner Almeida 
Foto: Wagner Almeida 
Foto: Wagner Almeida 

SOL

A campeã de Belém, a Piratas da Batucada, também aproveitou a tarde de pouco sol para reunir dezenas de pessoas para o terceiro domingo, em um cortejo que saiu da avenida Pedro Miranda com a travessa Perebebuí e seguiu até o final da Aldeia Amazônica David Miguel, na mesma avenida. Com quase meio século de existência, a escola reúne diversos títulos e está em busca de mais um este ano.

Carla Dias, 26, estreia como rainha de bateria. “Estou aqui há três anos, mas é no próximo mês que vou viver uma das maiores emoções… primeiro por ser minha primeira vez na nova ocupação dentro da Piratas; segundo porque eu vou entrar na avenida grávida. Faço tudo isso pelo amor que eu tenho por todos e por tudo que vivenciamos. Pirata da Batucada não é só fevereiro, é uma vida”, disse.

Otávio Tapajós, 57, contou que virou rotina: quando chega o final de semana, ele e os amigos da travessa Mauriti organizam um churrasco para esperar a Embaixada de Samba do Império Pedreirense passar. Na calçada, a carne e a cerveja são elementos para a diversão desse grupo que se intitulam como: “apaixonados por carnaval e pela escola mais importante do bairro da Pedreira”, frisou o cinegrafista.