Grande Belém

Belém tem baixa procura por vacinação bivalente

Pryscila Soares

De acordo com dados informados no vacinômetro do Ministério da Saúde, até o momento, já foram aplicadas 15,7 milhões de doses da vacina contra a covid-19 em todo o Pará. Somente em Belém, de 2021 até agora, foram aplicadas 3,5 milhões de doses. Apesar da redução de registros de casos, hospitalizações e mortes, os especialistas alertam sobre a importância de garantir a proteção contra a doença por meio da vacinação, sobretudo o público que ainda não foi imunizado ou quem não completou o esquema vacinal.

Atualmente, os postos de saúde da capital estão abastecidos com a vacina bivalente, que pode ser aplicada em adultos a partir dos 18 anos e, para quem tem alguma comorbidade ou imunossupressão, a vacina é indicada a partir dos 12 anos. Embora esteja disponível nos locais, a procura pelo reforço está aquém do esperado.

De março deste ano até agora foram aplicadas um total de 220 mil doses da bivalente, um quantitativo considerado baixo para uma população de mais de 1 milhão de habitantes, segundo Lanna Lemos, enfermeira da Coordenação de Imunizações do Município de Belém. “Realmente, as pessoas não têm procurado o reforço com a bivalente. É comprovado cientificamente que com o decorrer do tempo a proteção imunológica da vacinação vai caindo. A pessoa fica exposta para adquirir a doença. Por isso é importante fazer os reforços e a vacina bivalente protege contra duas cepas da covid, que é a ômicron e a cepa original”, destaca Lanna.

VACINAS

O município de Belém trabalha com as vacinas infantis, sendo a pfizer baby e a pfizer pediátrica. Para adultos são disponibilizados os imunizantes da pfizer e coronavac, além da bivalente, que é a dose de reforço. Mas, atualmente, os postos estão disponibilizando somente a bivalente e o município aguarda o repasse dos demais imunizantes pelo Ministério da Saúde. Para crianças, a vacinação contra a covid inicia a partir dos seis meses de idade. “Tanto crianças quanto idosos precisam garantir essa imunidade. Nos idosos é por conta do próprio processo de envelhecimento. Eles precisam desta imunização para adquirir os anticorpos necessários para proteção”, informa a enfermeira.

Já a bivalente garante o reforço da imunização e encerra o esquema vacinal. A vacina pode ser aplicada em quem já fez pelo menos duas doses de vacinas monovalentes. “Pessoas que já fizeram de três a cinco doses com a monovalente, mesmo assim é necessário fazer a bivalente para encerrar esse esquema vacinal, justamente porque protege contra a ômicron, que é a cepa que está circulando com várias subvariantes”, enfatiza.

Lanna frisou que os postos de saúde estão prontos para atender à população com a bivalente. Segundo ela, a partir do momento no qual são repassadas pelo Estado, as vacinas possuem uma validade de até 10 semanas após serem descongeladas. “Se não forem usadas dentro deste período, precisam ser descartadas”, disse. “Embora tenha reduzido o número de casos e hospitalizações, o vírus não deixou de existir e de infectar as pessoas. A vacina vai proteger e fazer com que as pessoas não tenham a forma grave da doença”, reforça.

Segundo a Sesma, todos os postos da capital estão abastecidos com a vacina bivalente
FOTO: CELSO RODRIGUES