Grande Belém

Belém se veste de azul para informar sobre o autismo

Ato reuniu centenas em Belém. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Ato reuniu centenas em Belém. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Cintia Magno

A Praça Batista Campos se vestiu de azul na manhã deste domingo (02) para informar sobre o autismo. Na data marcada pelo Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, uma série de programações foram desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) em conjunto com outros órgãos da administração pública, incluindo uma caminhada.

Mãe da Valentina, uma menina autista de 8 anos, a professora Gerusa Miranda destacou a motivação que levou centenas de pessoas à Praça Batista Campos na manhã de domingo.

“Essa caminhada é muito importante para a conscientização, para ver se conseguimos diminuir o preconceito contra as pessoas autistas. Não só hoje, mas o mês todo deve ser o mês que busca essa conscientização não só nas famílias, mas nas várias esferas da sociedade, nas escolas, nos médicos”, enumera.

“Em todos os lugares precisa haver essa conscientização porque as pessoas precisam, cada vez mais, saber das necessidades que outras pessoas têm. E não são só as crianças, mas os adultos autistas também precisam, no mercado de trabalho, ter essa inclusão e que seja uma inclusão de verdade e não só na teoria”.

Na data marcada pelo Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, uma série de programações foram desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Além da caminhada que deu uma volta na Praça Batista Campos, uma série de ações também foram realizadas no interior da praça, quando foram oferecidos serviços de saúde e cidadania, feira de empreendedorismo inclusivo, apresentações culturais e artísticas. Ao longo de toda a manhã, o espaço ficou tomado de famílias que participaram da programação.

Apesar do filho Pietro, de 14 anos, não ter podido estar presente na praça, os seus pais fizeram questão de participar da programação. Pai do jovem autista, o engenheiro de segurança do trabalho, Ian Manito, destacou a importância dos programas e ações que, hoje, o Estado dispõe para atender às pessoas autistas, algo que não se via há 10 anos.

Além da caminhada que deu uma volta na Praça Batista Campos, uma série de ações também foram realizadas no interior da praça, Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

“Hoje o Pietro não pode vir, mas a gente veio representar esse mundo tão diferenciado que é o do autismo. A gente tem uma cultura mundial que ainda é de dificuldade e esse evento vem justamente enaltecer o quanto é importante a gente entender um pouco sobre o autismo”, considerou.

“O Estado está de parabéns principalmente por essa evolução, com todos os programas que vêm idealizando. É muito bom ver essa evolução, principalmente em Belém, porque há uma década atrás a gente não via nem um terço dos programas que a gente vê hoje”.

Também pai de um jovem autista de 11 anos, o professor Paulo César Silva de Araújo, de 43 anos, considera que, mais do que as ações e programas, é fundamental que toda a sociedade tome consciência do que é o autismo porque, apenas com informação, será possível vencer o preconceito.

“É muito importante estar mostrando para a sociedade entender um pouquinho sobre o autismo porque tem muita gente que não tem informação suficiente e fica julgando as pessoas, com preconceito. Tendo informação, as pessoas pensam duas vezes antes de falar alguma coisa”.

A coordenadora da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), vinculada à Sespa, Nayara Barbalho, destacou que, hoje, há a perspectiva de que 6 milhões de pessoas autistas vivem no Brasil, um dado que não pode ser desconsiderado.

A coordenadora da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), vinculada à Sespa, Nayara Barbalho. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

“As políticas públicas precisam ser implementadas com urgência e, nós, do Estado do Pará temos muito orgulho de hoje sermos referência nessa política pública, mas hoje é um dia de luta e de conscientização. É um dia em que todos esses atores nesse processo de inclusão devem se auto-responsabilizar, os municípios, o Estado, o Governo Federal, as famílias e a sociedade como um todo”.

A programação realizada em alusão ao “Abril Azul” é um trabalho conjunto da Sespa, Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), Defensoria Pública do Estado (DPE), Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel).

PROGRAMAÇÃO

Nesta segunda-feira (03), a programação alusiva ao “Abril Azul” prossegue com apresentações de música e dança no 3º Festival TEAlentos, no Theatro da Paz, das 19 às 21h30.