Grande Belém

Belém é a 9ª capital com mais faixas exclusivas para ciclistas; mas pode melhorar

Iniciativa visa incentivar o uso da bicicleta e premiar boas práticas de mobilidade urbana
O meio de transporte sobre duas rodas tem crescido nas grandes cidades, incluindo Belém, que será sede da COP 30 em 2025. Aumento no número de ciclovias e ciclofaixas contribuem para o maior uso. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Ana Laura Costa

Exemplo de mobilidade urbana sustentável, o uso da bicicleta no Brasil tem crescido como alternativa para quem deseja fugir do trânsito, além dos benefícios para a saúde. Em tempos de urgências climáticas no centro do debate, inclusive com Belém como sede do mais importante evento mundial sobre o clima, a COP 30 em 2025, esse meio de transporte se torna importante para o debate.

Um dos fatores que pode ter impulsionado o crescimento do uso das bicicletas foi o investimento em infraestrutura cicloviária, segundo aponta o relatório feito pela União dos Ciclistas do Brasil, com apoio do WRI Brasil, que faz parte das ações da Estratégia Nacional da Bicicleta (Enabici). Outra pesquisa feita pela Associação Brasileira do Setor de Bicicleta (Aliança Bike), divulgada em 2022, revelou que Belém é a 9ª capital brasileira com mais ciclovias e ciclofaixas do país, com 116,5 quilômetros no total. Mas o que ainda pode melhorar?

Morador do bairro do Jaderlândia, o pedreiro Márcio Freitas, de 44 anos, usa a bicicleta como meio de transporte todos os dias. A ciclofaixa situada ao longo da avenida Duque de Caxias, em Belém, faz parte do trecho que o trabalhador percorre diariamente e, apesar de avaliar positivamente, comenta que a falta de respeito de motociclistas e demais condutores é algo que precisa ser revisto.

Márcio ainda revela que começou a usar a bicicleta como alternativa ao transporte público da capital. “Ir e voltar do trabalho de bicicleta é uma forma de fugir do trânsito e do estresse com os ônibus, e assim como eu, outras pessoas também recorrem a bike por conta disso, então é preciso dar atenção a isso”, pontua.

A falta de conscientização dos motoristas também foi destacada por João Freitas, 59. O pedreiro que sai diariamente da rodovia Augusto Montenegro em direção ao centro da cidade, reclama que os condutores não respeitam o espaço reservado aos ciclistas. “A gente tem que lidar com carros estacionados na ciclofaixa, motociclistas invadindo o espaço, um risco para a gente mesmo. É uma falta de respeito”, disse.