Grande Belém

Ato em Belém lembra crimes praticados após o Golpe de 64

Neste dia 1º de abril, diversos movimentos sociais promoveram a caminhada “Por Memória, verdade e justiça! Ditadura nunca mais!” Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Neste dia 1º de abril, diversos movimentos sociais promoveram a caminhada “Por Memória, verdade e justiça! Ditadura nunca mais!” Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Wesley Costa

Neste sábado (1º), diversos movimentos sociais realizaram, em Belém, a caminhada “Por Memória, Verdade e Justiça! Ditadura nunca mais!”. O ato buscou destacar as injustiças e relembrar os tristes episódios ocorridos contra os direitos humanos e liberdade de expressão, durante e golpe militar que completou na última sexta-feira (31) 59 anos. Segundo os representantes, o Brasil é o único país latino-americano que não passou por um período de Justiça de Transição, após o golpe de 64.

Mesmo com o passar de vários anos, a sensação de impunidade da justiça brasileira, no que tange a punição dos torturadores e ditadores ainda é grande, diz Edízio Leite, membro do movimento Unidade Popular (UP).

“Não podemos deixar que essas impunidades caiam no esquecimento pois, ainda hoje, vivemos o reflexo de tudo aquilo que foi vivido em nosso país. Tivemos anos difíceis com o último presidente e não podemos e nem devemos retroceder”, disse.

As violências contra as minorias e mulheres, também foram relembradas durante a caminhada que seguiu em direção a Casa das Onze Janelas, no Complexo Feliz Lusitânia. O espaço foi utilizado como local de encarceramento e tortura de presos políticos, durante a época da ditadura militar.

“A mulher foi de extrema importância na luta. Fomos nós, as primeiras que tomaram a frente contra o golpe. Por isso, hoje também relembramos várias delas”, contou Carol Benário, do Movimento de Mulheres Olga Benário.

A representante também destacou as mesmas violências contra o púbico feminino que foram revividas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Infelizmente, vimos a história se repetir e nossos corpos sendo violentados pelos discursos de ódio que foram proferidos, inclusive, por esse presidente. Direitos foram perdidos e chegamos a um cenário de miséria na sociedade, formado principalmente por mulheres e crianças. Algo inadmissível!”, diz Carol.

Além do Movimento de Mulheres Olga Benário e Unidade Popular, o ato contou com a participação de representantes do Psol, União da Juventude Rebelião, Movimento de Luta nos Bairros e outros.