Este é o mês em que se celebra o Dia Mundial da Água. A data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), tem o objetivo de conscientizar sobre a preservação das fontes hídricas e a superação dos desafios de abastecimento ao redor do mundo. Em 2024, o tema é “A água nos une, o clima nos move”, evidenciando as mudanças climáticas e seus impactos extremos em locais que já sofriam com a falta de água.
Na Região Metropolitana de Belém, a Guamá Tratamento de Resíduos opera o aterro sanitário que recebe lixo doméstico da capital paraense e também de Ananindeua e Marituba. O local conta com várias tecnologias combinadas que protegem as fontes d’água e impedem que o chorume – líquido gerado pela decomposição dos resíduos orgânicos – se infiltre no solo e polua os lençóis freáticos e rios do entorno. Esse líquido é transformado em água limpa e reutilizável graças a uma moderna Estação de Tratamento de Efluentes (ETE).
Resíduos isolados do meio ambiente
No aterro sanitário, o resíduo entregue pelos caminhões de lixo contratados pelas prefeituras é depositado em áreas preparadas para isso. O solo, antes de receber o resíduo, é coberto com uma camada de manta impermeabilizante e outra de terra compactada, que impedem a infiltração do chorume no meio ambiente.
Assim que chegam, os resíduos são compactados, organizados em área própria (as chamadas células) e cobertos com outra manta impermeável, que impede a água da chuva de se misturar ao chorume. Dessa forma, o lixo aterrado fica isolado do meio ambiente tanto por cima quanto por baixo.
Dali, o líquido misturado ao lixo ou decorrente da sua decomposição é captado por tubulações e segue para várias etapas de tratamento até que se transforme em água limpa.
Tecnologia
Após a captação, o chorume passa por uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), capaz de tratar até 40 mil litros por hora. Essa estação possui diversos equipamentos que separam as impurezas do líquido. Conheça a seguir as tecnologias que garantem a água limpa ao final do processo de tratamento de chorume em Marituba:
Tratamento físico
A Guamá Resíduos possui tanques floculadores e decantadores. No floculador, o líquido fica parado e a própria densidade das partículas sólidas faz com que elas flutuem e se separem do líquido. Nos decantadores, é o inverso: as partículas pesadas são puxadas pela força da gravidade e ficam no fundo do tanque para serem recolhidos.
Tratamento Químico
Em outro espaço, após passar pelo primeiro tanque decantador, o chorume passa pela tecnologia conhecida como stripping, onde recebe tratamento com processos físicos e produtos químicos que retiram a amônia presente nesse líquido.
Tratamento Biológico
Nesta etapa, o chorume fica em reatores biológicos – espécies de tanques com a presença de micro-organismos cultivados de maneira controlada. Essas bactérias consomem naturalmente a matéria orgânica e poluente presente no líquido. A Guamá Tratamento de Resíduos utiliza tecnologia de lodo ativado para o cultivo dessas bactérias decompositoras.
Nanofiltração
Poderosos filtros retiram as menores impurezas que tenham sobrado dos processos anteriores. O líquido é filtrado até que a água esteja limpa e pronta para reúso, de acordo com os parâmetros definidos pela legislação.
Osmose reversa
Além da Estação de Tratamento de Efluentes, outra tecnologia presente na Guamá Resíduos para tratamento de chorume é a osmose reversa. Aqui, o líquido é pressionado contra membranas semi-impermeáveis. Ou seja, essas membranas possuem pequenos furos, que permitem separar a água limpa do lodo biológico.
Ao longo de 2023, a Guamá tratou mais de 234 milhões de litros de chorume, transformando-o em água que pode ser reutilizada para limpeza em geral, irrigação de plantas, descarga de sanitários e refrigeração de máquinas, por exemplo. Todo esse efluente tratado é monitorado por meio de amostras enviadas a laboratórios credenciados pelo Inmetro para análises ambientais e enquadramento em condicionantes ambientais e na resolução nº 430 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
“A ETE utiliza uma tecnologia sustentável, moderna e econômica que está em crescimento no mercado. Esta é uma das nossas iniciativas para avançar na agenda de uma boa governança corporativa, ambiental e social (ESG) e fortalecer, ainda mais, boas práticas sustentáveis na empresa”, afirma Reginaldo Bezerra, gerente de negócios da Guamá Resíduos.
Estudos e análises atestam qualidade da água em áreas próximas
A cada três meses, é feita análise das águas do entorno do aterro por laboratórios independentes e credenciados pelo Inmetro, com relatório técnico a cada novo estudo. São feitas coletas de amostras em 11 poços de monitoramento para águas subterrâneas, e sete pontos para águas superficiais (Igarapé Pau Grande e Igarapé Uriboquinha).
Todo o monitoramento comprova não ter ocorrido qualquer alteração na qualidade das águas, desde o início da implantação do aterro. É importante lembrar que o aterro sanitário de Marituba recebe apenas resíduos domésticos. E, durante o processo de tratamento dos resíduos, metais pesados ou tóxicos também não são usados.
Além de cuidar das águas, a Guamá Tratamento de Resíduos possui processos de captura do carbono e eliminação de gases poluentes, contribuindo para as metas climáticas e ambientais do Brasil na Amazônia. Outra iniciativa é a proteção das matas no seu entorno, proporcionando a renovação do oxigênio e protegendo nascentes e cursos hídricos importantes.