Grande Belém

Árvores passam por avaliação em cinco bairros de Belém

Inclinação das árvores e presença de pragas são observados. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.
Inclinação das árvores e presença de pragas são observados. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Ana Laura

A arborização bem planejada e adequada pode mitigar aquele calor que os moradores da capital conhecem bem. Mas com a chegada das chuvas e ventos fortes, naturais do inverno amazônico, aumentam os riscos de quedas de árvores em Belém.

Para evitar incidentes como a queda de parte dos galhos da samaumeira da Praça Santuário, no bairro de Nazaré, no último dia 6, é preciso reforçar ações de fiscalização da saúde das árvores típicas da cidade.

Assim, na tarde de ontem (14), alunos e pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), que desenvolvem o projeto “Caracterização da urbanização no município de Belém, semente do amanhã: Belém mais verde”, iniciaram a avaliação da saúde dos vegetais do bairro. As árvores do perímetro da Avenida Brás de Aguiar com a Serzedelo Corrêa, foram as primeiras a receber atenção.

A partir do levantamento, o projeto objetiva uma arborização bem planejada, e é realizado em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Semma), contribuindo com ações de necessidade de tratamento, substituição e implantação de novas árvores na cidade. Cinco bairros fazem parte do mapeamento, são eles: Terra Firme; Guamá; Marco; Fátima; Batista Campos e Nazaré.

“Os levantamentos dos bairros do Marco e Fátima já terminaram. Aqui em Nazaré, nós já temos o mapa do bairro com todas as plantas e quantitativos das espécies, estamos avaliando a inclinação das árvores, observando se tem ataques de pragas, raízes expostas e se estão causando danos ao calçamento. Importante ressaltar que, um dos vários fatores que podem influenciar na inclinação de uma árvore, é a poda realizada de forma errada. Então, tudo isso é indicado para a Semma poder realizar as ações necessárias”, explica o professor da Ufra, Cândido Neto, que coordena o projeto juntamente com a professora Joze Melisa e o apoio do professor Antônio Moreira. Ainda segundo o professor, a escolha dos bairros para o mapeamento, foi pensado para que se tenha a real noção de como a arborização influencia na sensação de temperatura, já que uns são mais arborizados que outros.

“Tornar a cidade mais arborizada não é um trabalho realizado do dia para a noite. Esse projeto também é feito para a educação ambiental das pessoas e melhoria da qualidade de vida dos moradores. Com a máquina termal, por exemplo, é possível comparar a temperatura de um ambiente sem árvores e com árvores. Aqui onde estamos, debaixo da árvore, a diferença é de quase 15° C mais refrescante em comparação àquela área sem nenhum verde. Isso só reforça a importância da arborização para o conforto térmico e incentivo ao convívio social em espaços públicos”, comenta.

CONSCIENTIZAÇÃO

Futuramente, o projeto pretende trabalhar a educação ambiental junto à comunidade, com distribuição de flyer, assim como visita escolar para conscientizar os mais jovens sobre o tema.

 

Informações vão auxiliar retiradas ou podas emergenciais

As avaliações foram feitas por 6 alunos do curso de engenharia florestal e agronomia da Ufra, com GPS, trenas e um hipsômetro – este último usado para medir alturas de árvores para posterior determinação do volume.

Os dados coletados no mapeamento podem subsidiar as ações e melhorias públicas nestes locais. De acordo com a professora Joze Melisa Freitas, o bairro de Nazaré possui árvores muito antigas e os dados serão repassados semanalmente à Semma.

“A saúde do tronco das árvores mais antigas já está sendo analisada com o auxílio de um aparelho chamado penetrógrafo, cedido pela Semma, que analisa a densidade e resistência do vegetal. Assim, a secretaria pode tomar a decisão da retirada e substituição do vegetal, além da necessidade pela poda emergencial de galhos que possam estar com risco de queda”, explica.

Segundo Kayan Rossi, diretor do Departamento de Áreas Verdes Públicas da Semma, o projeto é uma forma de ampliar os braços da prefeitura nas ações de melhorias já desenvolvidas pelo departamento.

“Essa parceria é muito importante e estamos sempre disponibilizando equipamentos e contribuindo no que for necessário para o êxito desse trabalho. Vale ressaltar que em alerta de risco de queda, raiz apodrecida, a Semma pode ser acionada, por populares, de forma imediata para comparecer ao local. Nos próximos dias, faremos conteúdos informativos acerca dos sinais de alerta para que a população, mesmo sem conhecimento técnico, consiga identificar uma situação de risco”, finaliza.

SERVIÇO

Canais de contato com a Semma

E-mail: [email protected]
Telefone: (91) 984 969 039 (ligação até 15h).