Irlaine Nóbrega
Grande Belém
Almoço do Dia das Mães lota restaurantes de Belém
O Dia das Mães movimentou os restaurantes da capital paraense, durante o almoço deste domingo (12). A tradição de “comer fora” durante a comemoração lotou os estabelecimentos, que contavam com filas na parte externa, mesmo com toda a organização dos proprietários, que dispuseram de alguns serviços ainda no momento de espera. Isso porque a data é uma das que mais movimentam o mercado e gera alto faturamento aos empreendedores.
Famílias inteiras se reuniram no restaurante Amazônia na Cuia. Para receber os clientes na segunda data mais movimentada para os restaurantes regionais, o proprietário investiu na organização coordenada da equipe e em estratégias de acolhimento dos clientes, como a captura e revelação de fotos da comemoração dos familiares. Por isso, às 11h30, a casa já estava lotada de admiradores da culinária paraense.
“Passamos um mês nos organizando e bolando estratégias para atender o público. Colocamos uma equipe para tirar fotos dos momentos dos clientes com a família, que são impressas na hora, fora toda a organização da equipe para que esse dia dê tudo certo até porque as famílias se programam. A gente colocou um pessoal lá fora para vender bebida e entregar alguns produtos porque sabemos que é um momento extremamente importante e todo mundo quer que seja uma ótima experiência para a família”, explicou Rafael Barros.
Com todo esse esquema, a expectativa de faturamento somente no almoço do Dia das Mães estava em torno de R$40 mil, já que os maiores pedidos eram de pratos bem mais servidos. “Como recebemos toda a família, nós vendemos bastante o menu degustação completo, que serve entre oito e dez pessoas e vai com dezoito cuias, um litro e meio de açaí, quatorze comidas e mais quatro sobremesas. Além disso, sai muito o menu degustação Amazônia com um litro e meio de açaí e mais oito guarnições com fritura”, disse o proprietário.
COMEMORAÇÃO
Na família de Bethânia Prestes, 30, o almoço de Dia das Mães é uma forma de tentar retribuir todo o esforço empenhado pelas matriarcas para criarem os filhos. Naturais de Abaetetuba, mãe, tias e avós sempre trabalharam como domésticas na capital paraense para sustentar o lar e dar um educação às crianças, que hoje são formadas em pedagogia, administração e psicologia. Por isso, a data marca a união característica da família da pedagoga.
“A gente sai para almoçar como forma de retribuir um pouquinho do que ela fez pelos filhos. Por isso que está toda família reunida, as mães, filhos, as tias e os netos também. É muito bom estar junto mais uma vez porque alguns de nós não moramos aqui em Belém. Sempre quando a gente se reúne é essa alegria e por isso a gente mantém essa tradição da família, que é muito grande, estar sempre unida”, afirmou.
A reunião da família de Thiago Marques, 35, foi regada de comidas típicas regionais. Morando no exterior, ele e os familiares se uniram para homenagear as matriarcas, além de matar a saudade da culinária paraense. “A gente quis trazer todo mundo para desfrutar juntos porque a gente vem aqui periodicamente. Nós escolhemos esse restaurante por causa da comida típica que a gente sente muita saudade. A gente veio matar a saudade de tudo, da comida, dos familiares e, principalmente, das mães”, disse o corretor de seguros.
A emoção marcou o reencontro de Laurilene Rodrigues, 63 anos, com os familiares e a comemoração do dia destinado às mães. “É um momento muito especial porque estamos tendo a oportunidade de rever meus sobrinhos e ficar com a minha irmã. Estamos reunindo toda a família em um momento que traz toda uma memória afetiva por causa das pessoas que moram longe e a culinária. É um sentimento de aconchego”, expressou a médica veterinária.
Almoçar “fora” já é tradição na família do bancário Lucas Pinheiro, de 24 anos. Isso porque é o dia em que ele e o irmão se reúnem com a mãe como nos velhos tempos, quando moravam na mesma casa. “A nossa experiência é muito particular porque a minha mãe é muito apegada à comida paraense, ela queria comer maniçoba e o camarão que ela gosta. É um momento que a gente tem pra se reunir, ficar junto, conversar, beber uma cerveja, falar besteira, enfim, um momento de lazer com nossa mãe”, contou.
Esse ano Marcilene Pinto, 45 anos, fez diferente. Ao invés de cozinhar como sempre, ela levou a mãe para almoçar em um restaurante: O Ver-O-Açaí. A ideia rendeu bons momentos entre mãe e filha, que puderam conhecer novos lugares na cidade. “Esse ano eu trouxe ela pra almoçar e nós ainda vamos no shopping para escolher um presente. Está sendo muito bom porque aproveitamos mais o tempo juntas e saímos um pouco para espairecer. Espero que por muito anos a gente possa viver esse momento juntas e conhecer novos lugares da cidade”, concluiu a cuidadora.