Dentre os times que lutam pelo acesso à Série A, coube ao Remo e ao Goiás a pior combinação possível de adversários nas cinco rodadas finais. Na quarta posição, com 54 pontos, o Leão vai enfrentar quatro adversários diretos: Cuiabá (8º), Chapecoense (2º), Novorizontino (5º) e Goiás (6º). O menos cotado é o Avaí, hoje na 11ª posição e fora da briga.
As dificuldades podem, porém, funcionar como fator de motivação e comprometimento para os azulinos. Quanto maior o desafio, mais determinada deve ser a postura em campo. Por outro lado, uma rota menos trabalhosa, com times da parte inferior da tabela, poderia causar desconcentração ou até relaxamento.
Caso consiga se inserir no G4 definitivo, ao final da competição, o Remo terá superado uma das caminhadas mais difíceis rumo ao acesso. Basta observar o que a tabela reserva aos demais candidatos ao acesso.
O líder Coritiba (57 pontos) tem a trajetória menos difícil. Jogará contra Volta Redonda (17º), CRB (9º), Paysandu (20º), Athletic (16º) e Amazonas (19º), sem precisar duelar com nenhum adversário direto.
A Chapecoense, vice-líder (54 pontos), vai enfrentar Operário (13º), Remo (4º), América-MG (14º), Volta Redonda (17º) e Atlético-GO (10º). Em tese, três de seus adversários estão em posições inferiores. Na realidade, são times desesperados em busca da salvação nas últimas rodadas.
Na terceira colocação, o Criciúma (54 pontos) tem um caminho razoavelmente perigoso. Pega Goiás, Ferroviária, Atlético-GO, Botafogo e Cuiabá. Dois confrontos diretos – Goiás e Cuiabá –, um time do meio da tabela (Atlético-GO) e dois em queda livre.
O Novorizontino, 5º (54), encara Botafogo, América-MG, Remo, Goiás e CRB. Um roteiro de risco médio, com direito a dois enfrentamentos com times da parte de cima. Além de buscar superar os adversários, o Novorizontino luta contra a sina de morrer na praia, como em 2024.
O Goiás, que está em 6º lugar (52) e já esteve na liderança, tem a rota mais terrível de todas: Criciúma, Athlético-PR, Cuiabá, Novorizontino e Remo. Cinco confrontos diretos, com direito a jogo final em Belém, provavelmente diante da massa azulina no Mangueirão.
O Athlético-PR, 7º (50), terá Amazonas, Goiás, Volta Redonda, Ferroviária e América. Sem dúvida, uma caminhada mais amena, embora o Furacão tenha perdido fôlego nas últimas rodadas. Já o Cuiabá, 8º com 50 pontos, encara Remo, Amazonas, Goiás, América e Criciúma.
O grau de dificuldades na rota de cada time é determinante para as chances de acesso. Mas, além dos fatores campo/torcida, deve-se levar em conta também o peso das arbitragens e das mala$ que atravessam o país de ponta a ponta a esta altura do campeonato.
Leão reforça a zaga para encarar o Dourado
O zagueiro Willian Klaus é a novidade na defesa do Remo para o confronto de amanhã (21h35) com o Cuiabá, na Arena Pantanal. Titular da zaga, Klaus está fora desde que se contundiu no jogo com o Athlético-PR, no Baenão. De estilo sóbrio, tem se destacado nesta Série B pela mobilidade e a boa participação no jogo aéreo.
Ele volta ao time para jogar ao lado do jovem Kayky, que ganhou espaço após ser reabilitado por Guto Ferreira. A preferência do treinador pela dupla é fácil de explicar: o setor fica mais protegido porque ambos têm facilidade para a antecipação e rapidez na recuperação.
A antiga dupla, Klaus e Reynaldo, se desfez em função das lesões que afastaram os dois neste returno da Série B. Kayky, que havia caído em desgraça em função de erros ainda na era Antônio Oliveira, recuperou prestígio com atuações convincentes contra Athlético e PSC.
Papão tem desafio extra: jogar sem o melhor do time
Para cumprir o penoso ritual das partidas finais da Série B, o PSC recebe o Avaí neste sábado (25), na Curuzu, com um sério problema na escalação. O técnico Márcio Fernandes terá que arranjar um substituto para Maurício Garcez, principal jogador do time, que não vai jogar por força de contrato – é vinculado ao clube catarinense.
Garcez, além de ser um dos artilheiros da equipe (6 gols), é o atacante mais qualificado, com capacidade para jogar pelos lados e ímpeto para ações centralizadas. Sem ele, o Papão também não terá o centroavante Diogo Oliveira, que continua em recuperação.
Para substituir Garcez, Márcio deve escalar Wendell Jr. centralizado, tendo Marlon e Marcelinho pelos lados do ataque. O meio-campo, porém, continua prejudicado pelo baixo rendimento dos volantes Ronaldo Henrique e André Lima e sem sinais de criatividade por parte de Denner.
Além desses problemas, o técnico precisa ajustar a zaga e pode utilizar Lucca, caso Thiago Heleno não esteja apto. O jovem zagueiro, oriundo da base alviceleste, entrou nos minutos finais contra a Ferroviária.
Editado por Clayton Matos