JOANA CUNHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público do Trabalho vai promover na próxima quarta-feira (29) mais uma audiência administrativa com representantes da Volkswagen para fechar um acordo de reparação em um caso de trabalhadores encontrados em condição análoga à escravidão durante as décadas de 1970 e 1980.
O MPT investiga, desde 2019, a empresa pela ocorrência de trabalho análogo à escravidão na fazenda Vale do Rio Cristalino, que era conhecida como Fazenda Volkswagen, localizada no município de Santana do Araguaia, no sul do Pará. A acusação indica que os trabalhadores foram submetidos a condições precárias de emprego, com regime de servidão por dívida e vigilância armada.
A audiência da próxima semana será a quarta do caso, e o MPT espera que seja assinado um acordo de reparação individual a 14 trabalhadores identificados como vítimas, além de uma compensação coletiva. Procurada pelo Painel S.A., a Volkswagen não se manifestou.
Em setembro, durante outra rodada de conversas, a Volkswagen disse ao MPT, por escrito, que entende não ter responsabilidade pela ocorrência de trabalho escravo na fazenda. Os representantes da montadora argumentaram que a ocorrência é antiga e que outras pessoas estavam envolvidas no que acontecia na propriedade.
Para o MPT, era impossível que o controle das atividades dos trabalhadores, responsáveis por transformar uma área de 139 mil hectares em pasto, não contasse com a anuência da Volkswagen.