LAVAGEM DE DINHEIRO

Banco que tem como acionista Grupo Mônaco é investigado por relação com o PCC; entenda o caso

Banco Luso Brasileiro, que tem como acionista o Grupo Mônaco, é investigado por ligação com o PCC

O Banco Central (BC) abriu um inquérito para investigar o Banco Luso Brasileiro por possível lavagem de dinheiro para o PCC
O Banco Central (BC) abriu um inquérito para investigar o Banco Luso Brasileiro por possível lavagem de dinheiro para o PCC

O Banco Central (BC) abriu um inquérito para investigar o Banco Luso Brasileiro por possível lavagem de dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo reportagem dos jornalistas Flávio Costa, Juliana Sayuri e Carla Araújo, no UOL. Em seguida, vários sites repercutiram a notícia após confirmação, como o Portal Metrópoles. Segundo a matéria, o BC apura a instituição por depositar mais de R$ 20 milhões em uma conta que tinha como sócio o dono de uma companhia de ônibus acusada de elo com a facção.

O Banco Luso Brasileiro tem como acionista o Grupo Mônaco, que atua no Pará no segmento automotivo e é controlado pelo empresário Rui Denardin.

Rui Denardin, CEO do Grupo Mônaco, que é acionista do banco investigado por ligação com o PCC

Segundo a denúncia, o banco fez o depósito em 2015 para a conta de uma holding chamada MJS, segundo investigações do Ministério Público. A empresa teve como sócio Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, e outros membros da Transwolff, empresa de ônibus acusada de lavar dinheiro para o PCC.

A MJS foi incorporada à Transwolff para alavancar o capital da companhia de ônibus e permitir a participação em uma licitação da Prefeitura de São Paulo. A investigação que encontrou indícios de ligações com a facção faz parte da Operação Fim da Linha, que foi deflagrada em abril deste ano.

De acordo com o Ministério Público, os depósitos feitos pelo banco se caracterizam como “smurfing”, lavagem de capitais que fraciona valores altos em quantias menores para dificultar a identificação do crime. Extratos obtidos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) mostram que o capital da Transwolff foi de R$ 1 milhão para R$ 55 milhões com as operações.

A MJS “não desempenhou nenhuma atividade operacional, não teve funcionários, não adquiriu nem alienou nenhum bem imóvel, não possuiu ônibus e não figurou como emitente ou destinatária de nenhuma NFe, tudo a evidenciar que foi criada com o único propósito de alavancar a Transwolff e ocultar a origem ilícita do dinheiro aportado na empresa”, de acordo com o MP.

A documentação do caso foi enviada para o BC e para a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela Justiça de São Paulo após pedidos de promotores, que apontaram uma tentativa de ocultar “recursos de origem ilícita” por parte de membros da facção.

Em nota ao UOL e Metrópoles, o Banco Luso Brasileiro afirmou que não teve acesso às investigações e que só soube da apuração por meio de notícias da imprensa. O BC preferiu não se manifestar sobre o inquérito e afirmou que “não comenta processos e decisões judiciais, nem ações de supervisão em instituições específicas”.

Se for comprovada a lavagem de dinheiro para a facção, o Banco Luso pode ter sua autorização de funcionamento cassada no país.

Com informações do UOL, Metrópoles e Diário do Centro do Mundo.