GERSON NOGUEIRA

Remo testa capacidade de reação com empate suado e importante

O empate conquistado pelo Remo, ontem à noite, em Ribeirão Preto (SP), é um bom resultado, considerando que a equipe se mantém invicta na Série.

Pedro Rocha marcou um dos gols do Remo. Foto: Samara Miranda/Remo
Pedro Rocha marcou um dos gols do Remo. Foto: Samara Miranda/Remo

O empate conquistado pelo Remo, ontem à noite, em Ribeirão Preto (SP), é um bom resultado, considerando que a equipe se mantém invicta na Série B após três rodadas disputadas e mantém a torcida animada para o jogo de segunda-feira (21) contra o Coritiba, em Belém. A capacidade de reação foi testada por duas vezes e o time respondeu bem.

Apesar disso, cabe observar que o time flertou com o perigo e quase saiu derrotado de um confronto no qual tinha tudo para ser vitorioso, até pela vantagem numérica no 2º tempo. O problema foram os dois gols sofridos em falhas da defesa – o primeiro com a contribuição do goleiro Marcelo Rangel.

E o jogo podia ter sido definido ali, logo aos 9 minutos, quando Jefferson Nem aproveitou o rebote de Marcelo Rangel. A cobrança ensaiada de falta, muito bem executada, surpreendeu os zagueiros do Remo. O goleiro se assustou e espalmou para a frente, nos pés de Jefferson, que mandou para as redes.

Apesar de impactado pelo gol, o Remo buscou se recompor. A distribuição de bola passou a ser feita pelo volante Luan Martins com bom nível de acertos, sempre visando os lados, com Pedro Rocha e Janderson. O lado ruim desse modelo é que Felipe Vizeu, centralizado, ficava praticamente ausente da movimentação.

A insistência com Pedro Rocha acabou funcionando. Depois de várias tentativas de furar o bloqueio à base de dribles e velocidade, o atacante decidiu arriscar de fora da área. E acertou o alvo. O tiro saiu forte, à meia altura, fora do alcance do goleiro João Carlos.

O gol de empate ocorreu instantes depois da expulsão do zagueiro Rafael Milhorim, que pôs a mão na bola e tomou o segundo amarelo. A vantagem de jogar com um mais prenunciava um 2º tempo de domínio para os azulinos. Não foi bem assim. Logo a um minuto, o Botafogo fez 2 a 1.

Sem marcação, Dramisino apanhou o rebote da zaga e bateu de esquerda, sem chances para Marcelo Rangel. Detalhe: o lance nasceu de um arremesso lateral cobrado por Jefferson, apanhando a zaga desarrumada.

A partir daí, o Remo teve que fazer um jogo de recuperação para superar o bloqueio armado pelo Botafogo, que recuou o time todo para segurar o resultado. Daniel Paulista decidiu trocar Pedro Castro e Luan por Pavani e Dodô, a fim de acelerar a saída e povoar a área adversária.

O Remo ficou com a bola e tentava chegar pelos lados, infiltrando Pedro Rocha e Alan Rodríguez, mas os cruzamentos eram bem neutralizados pelos zagueiros do Botafogo. Aos 30’, Vizeu, Jaderson e Janderson foram substituídos por Ytalo, Maxwell e Adailton.

A pressão cresceu nos instantes finais e, aos 39’, Pavani recebeu passe na intermediária e acertou um chute indefensável, vencendo finalmente a dura retranca. Um golaço. Empolgado, o Remo ainda armou dois bons ataques, com Adailton e Maxwell, mas a virada não veio.

Volante de combate fez falta em Ribeirão

Caio Vinícius, que se encarrega dos combates à frente da defensiva, fez falta em Ribeirão Preto. Sem ele, a dupla de zaga, formada ontem por Camutanga e Reinaldo, ficou órfã da cobertura que o volante faz. O segundo gol do Botafogo evidenciou essa carência.

A bola rebatida pela zaga caiu livre nos pés de Dramisino, sem que nenhum defensor (Luan ou Pedro Castro) fizesse pressão para atrapalhar a armação do chute. Livre, o volante teve tempo e espaço para escolher onde bater.

Outro papel desempenhado por Caio Vinícius é o de apoio ao ataque e aos laterais, contribuindo muitas vezes para dobrar a marcação pelos lados. Para piorar as coisas, Jaderson voltou ao time, mas em ritmo lento, abaixo do que normalmente entrega.

Os problemas defensivos desapareceram no 2º tempo porque o Botafogo desistiu do ataque após fazer 2 a 1. Nos primeiros 45 minutos, Reinaldo foi o destaque do setor defensivo. O estreante Camutanga foi discreto.

Na frente, Pedro Rocha brilhou novamente. Chegou ao terceiro gol no campeonato, mostrando força, velocidade e mais apuro nas finalizações.

Interesse de Klopp ser alternativa para a Seleção

A parcimônia da CBF em contratar um novo técnico para a Seleção Brasileira, causada principalmente pela necessidade de achar um nome de primeira linha, pode acabar contribuindo para que um dos maiores técnicos do mundo se disponha a aceitar o desafio.

Jürgen Klopp, que deixou o Liverpool no ano passado após uma trajetória brilhante, estaria insatisfeito com a função de diretor global de futebol da Red Bull, segundo fontes próximas a ele.

Ele aceitaria deixar o cargo atual para negociar em dois casos: assumir o comando da Seleção Brasileira ou acertar com o Real Madrid, em substituição a Carlo Ancelotti, possibilidade cada vez mais cogitada.

É a primeira vez que se especula o nome de Klopp na Seleção. A CBF, desde a demissão de Dorival Júnior, se concentra em dois nomes: Jorge Jesus, que treina o Al Hilal, e Carlo Ancelotti, do Real Madrid.

Mesmo não tendo sido sondado, o alemão Klopp talvez seja hoje o nome mais qualificado para a missão de comandar a Seleção na Copa de 2026, superior aos dois que fazem parte dos planos de Ednaldo Rodrigues.