A rodada final da 1ª fase do Campeonato Paraense foi fatal para os dois últimos invictos. Remo e Castanhal perderam para Cametá e PSC, respectivamente. É verdade que não mudou a posição dos clubes na classificação, mas deixou as duas torcidas desapontadas e preocupadas em relação aos próximos compromissos.
Tanto Remo quanto Castanhal fazem um excelente campeonato, com resultados incontestáveis, mas a última impressão é a que fica. Não significa que as derrotas reduziram o valor do que foi feito até agora. Ambos seguem cotados, mas é fato que houve uma quebra de expectativas.
O revés é ainda mais impactante porque o Remo se preparou para a competição com a contratação de reforços importantes. O objetivo maior é o Campeonato Brasileiro da Série B, mas a montagem do elenco fez com que o time levasse a melhor e abrisse uma vantagem tranquila na pontuação.
Diante do modesto Cametá, o time mesclado do Remo sofreu sua primeira derrota. As mudanças feitas nos três setores da equipe alteraram a forma de atuar e dificultaram a criação de jogadas ofensivas. No 1º tempo, o tranquilo domínio territorial fez crer em nova vitória.
Adailton entrou como titular e correspondeu plenamente. Todas as boas ações de ataque tiveram sua presença, incluindo um grande momento aos 22 minutos: entrou na área driblando e finalizou com extremo perigo.
O problema é que o ataque se limitava a Adailton. Não havia participação de Ytalo e Maxwell. Jaderson, normalmente muito próximo ao ataque, manteve-se na ala esquerda, função estranha que não havia desempenhado nesta temporada.
Além de enfraquecer o meio, a fixação de Jaderson no lado esquerdo limitou a ação dele e não ajudou nas jogadas pelo centro do ataque. Guty, voltando a jogar, atuou bem entre as intermediárias, mas Pedro Castro foi improdutivo.
Tudo iria piorar na etapa final, quando previsivelmente o Cametá iria buscar o ataque, pois corria risco de rebaixamento. E foi o que aconteceu. Depois de passar 45 minutos encolhido, apenas se defendendo, o time da casa voltou disposto a explorar o contra-ataque.
Logo aos 3 minutos, uma bola recuperada na intermediária resultou no gol do jogo. Leleu lançou Fidel, que levou a bola para dentro da área, deu dois cortes em ziguezague sobre Alvariño e fuzilou Léo Lang para fazer 1 a 0.
Forçado pela situação, Rodrigo Santana fez mudanças que desestruturaram ainda mais as coisas. Os estreantes Janderson e Gabriel Martins, substituindo Maxwell e Guty, não acrescentaram nada ao time.
No final, resultado justo, pois premiou o time mais objetivo e certeiro no aproveitamento da chance criada. Nas quartas, o Leão vai enfrentar o Santa Rosa, na sexta-feira (20h).
Papão bate Castanhal e iguala pontuação do rival
É verdade que os gols da vitória do PSC nasceram de falhas terríveis da retaguarda do Castanhal, mas é justo dizer também que as principais iniciativas da partida foram tomadas pelos bicolores. O triunfo deu ao Papão os mesmos 17 pontos do maior rival, retomando o 2º lugar.
Desde o 1º tempo, o PSC buscou controlar as ações, explorando a movimentação de Rossi e Marlon na frente, mas errando muito no último arremate. O problema crônico da ausência de criatividade dificultava a armação de jogadas e facilitava a estratégia defensiva do Castanhal.
Giovanni, escalado com a função de organizar a transição, perdeu-se em passes laterais, sem aprofundar o jogo. A zaga acabava sofrendo, pois o Castanhal se aproveitava das indecisões e erros da meia-cancha bicolor.
O time de Jairo Nascimento quase conseguiu marcar em jogada de Paulo Rangel, que disputou com a zaga bicolor e chutou com perigo, aos 35 minutos. A bola passou perto do travessão. O PSC finalizava pouco e sentiu a saída de Bryan Borges, lesionado. Edilson entrou em seu lugar.
No retorno do intervalo, o Papão se lançou com mais ímpeto. Marlon teve uma boa oportunidade, aos 8 minutos, mas finalizou em cima da defesa.
Aí veio a jogada que mudou tudo. Após um cruzamento despretensioso de Matheus Vargas, o goleiro Xandão foi na bola, mas deixou escapar entre suas pernas. Um frangaço muito bem aproveitado por Nicolas.
Rossi marcou em seguida, após passe de Nicolas, mas estava em impedimento. O PSC continuou melhor, trocando passes no meio-campo e conseguiu chegar ao segundo gol em nova lambança da defesa do Castanhal. Desta vez, Matías Cavalleri aproveitou e balançou as redes.
Nas quartas, o PSC enfrentará o Capitão Poço (sábado, às 18h) e o Castanhal pega a Tuna, domingo, no Ninho do Japiim.
Bragantino iguala-se aos grandes favoritos
Com 17 pontos, como Remo e PSC, o Bragantino cumpriu uma campanha irretocável na primeira fase. Sua nova vítima foi o Águia, derrotado por 2 a 1 dentro do estádio Diogão ontem à tarde. Sob o comando de Robson Melo, o Braga terminou em 3º lugar e nas quartas de final entra como favorito no duelo com o mesmo Águia, de novo no Diogão.
A grande decepção da competição – junto com o Caeté – foi mesmo o Independente, que selou o rebaixamento ao empatar em casa com o Capitão Poço. O resultado garantiu o Capitão nas quartas de final, onde também estará o Santa Rosa, que derrotou o São Francisco, por 1 a 0.