A Marujada é uma festa religiosa de origem portuguesa típica nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Em Bragança, no Pará, ela expressa a devoção a São Benedito, santo negro de origem etíope, e é caracterizada pela dança sem canto, semelhante ao carimbó. A tradição paraense está em exibição em 15 fotos do fotógrafo e cineasta paraense Alexandre Baena na exposição Esmolação — Imagens da Marujada de Bragança pelo Brasil, que pode ser visitada até a quinta-feira (15), das 8h30 às 17h00, no prédio principal do Senado Federal.
— Quando o projeto foi concebido, era um desafio levar a exposição pelo Brasil e fazer a merecida divulgação da Marujada de São Benedito e do nosso estado do Pará, um berço do turismo religioso. São Benedito foi abrindo portas e intercedendo por nós — conta Baena.
Santo preto
De acordo com registros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as primeiras referências sobre a Marujada são de 1789, quando um grupo de negros escravizados fundou a Irmandade de São Benedito de Bragança, com o objetivo de promover louvores ao santo com músicas e danças.
As imagens da exposição mostram a “esmolação”, comitivas de devotos e “promesseiros” — os marujos — que cumprem a missão de percorrer regiões do município realizando a evangelização e recebendo donativos daqueles que alcançaram graças de São Benedito. Aos marujos é oferecida uma refeição especial nas casas dos devotos, pois São Bendito é o santo dos cozinheiros.
A mostra fotográfica faz parte das comemorações pelos 410 anos do município de Bragança (PA) e veio a Brasília com o apoio do senador Jader Barbalho (MDB-PA). Jader também é o autor de iniciativas legislativas que permitiram a abertura do processo de reconhecimento da Marujada de São Benedito de Bragança como Patrimônio Cultural do Brasil.
— A Marujada de São Benedito é um dos maiores expoentes da cultura e religiosidade paraenses. Ter a oportunidade de mostrar essa riqueza do nosso povo em museus fora do circuito do estado é uma honra. Honra maior é apresentar essa mostra fotográfica aqui em Brasília, no berço da democracia brasileira. Agradeço a todos que se envolveram para que essa tradição, que está prestes a receber o título de Patrimônio Cultural e Artístico do Brasil, chegasse ao nosso Espaço Cultural Senador Ivandro Cunha Lima — esclarece Jader.
Fonte: Agência Senado