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Alepa reconhece obra de Nilson Chaves como Patrimônio Cultural do Pará

Cantor e compositor paraense, que enfrentou uma covid severa durante a pandemia e soma cinco décadas de carreira

Nascido em Belém em 8 de novembro de 1951, Nilson Chaves construiu uma identidade musical marcada pela valorização da Amazônia Foto: Carlos Borges/Divulgação
Nascido em Belém em 8 de novembro de 1951, Nilson Chaves construiu uma identidade musical marcada pela valorização da Amazônia Foto: Carlos Borges/Divulgação

A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou, nesta terça-feira, 16 de setembro, o Projeto de Lei nº 878/2023, de autoria do deputado Carlos Bordalo (PT), que declara a obra musical de Nilson Chaves como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado.

A homenagem coroa a trajetória de um dos maiores representantes da música amazônica, dono de uma carreira que ultrapassa cinco décadas e atravessa gerações.

Nascido em Belém em 8 de novembro de 1951, Nilson Chaves construiu uma identidade musical marcada pela valorização da Amazônia, com composições que se tornaram clássicos da cultura paraense. Começou sua carreira participando de festivais de música e compondo para grupos de teatro locais.

Decide mudar-se para o Rio de Janeiro, na década de 70, onde faz shows e continua compondo para grupos de teatro e dança locais. Fez parcerias com Luli & Lucina e com a cantora Thereza Tinoco.

Eternizou-se com canções como “Sabor Açaí”, “Olho de Boto”, “Olhando Belém'”, “Não Vou Sair” e muitas outras. Sendo um dos cantores paraenses mais conceituados no mercado internacional, confessa seu orgulho de ser um artista genuinamente amazônico. Tem dois CDs lançados na Europa, já se apresentou em uma série de shows pela Alemanha e França. Já recebeu indicação ao Grammy Latino de 2000, com o álbum “Tempo Destino: 25 Anos Ao Vivo”.

Mesmo com o reconhecimento nacional e internacional, jamais perdeu o vínculo com sua terra natal. “Nilson é um artista genuinamente amazônida, que carrega com hombridade e dedicação cerca de 50 anos de carreira. É dever da Alepa valorizar nossos mestres, como gesto de reconhecimento à cultura e aos artistas do Pará”, destacou o deputado Carlos Bordalo ao defender o projeto da tribuna da Alepa.

Pelo Instagram, o artista agradeceu o reconhecimento concedido pelo parlamento paraense. “Obrigado a Assembleia Legislativa por essa honraria. Todos os meus parceiros, que são inúmeros, fazem parte de toda a minha história. Sem eles eu nada seria. Gratidão eterna a eles. Obrigado a todos, Assembleia e parceiros. Emoção…”, escreveu em publicação postada algumas horas depois da aprovação da proposição.

A homenagem ganha ainda mais força pela trajetória pessoal do cantor e compositor. Em 2020, Nilson esteve entre os milhares de brasileiros contaminados pela covid-19 e chegou a lutar pela vida em estado grave.

Recuperado, voltou aos palcos com ainda mais vigor, transformando sua experiência em arte e reafirmando seu compromisso de cantar a Amazônia. “A música sempre foi minha forma de contar a história do nosso povo e da nossa terra. Hoje, sinto que cada canção tem ainda mais significado”, disse Nilson em entrevista recente.