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‘Dia Mundial da Água’: veja cinco doenças preveníveis fazendo a ingestão correta

‘Dia Mundial da Água’: veja cinco doenças preveníveis fazendo a ingestão correta

 Dia Mundial da Água, celebrado em todo 22 de março desde 1992, foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um esforço da comunidade internacional para colocar em pauta questões essenciais que envolvem os recursos hídricos. E, embora não tenha, necessariamente, uma agenda específica sobre saúde, também é uma forma de lembrar a importância dos cuidados com a sustentabilidade para que nunca falte, já que é fonte, literalmente, de vida, e de prevenções e tratamentos contra doenças.

O nefrologista Rodrigo Meira, do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), enumera cinco delas:

  1. Pedras nos rins (cálculos renais): manter uma boa hidratação dilui a concentração de cristais e substâncias precipitantes na urina, reduzindo o risco de formação de cálculos;
  2. Infecções do trato urinário (ITUs): a ingestão regular de água favorece a micção frequente, ajudando na eliminação de bactérias e outros microorganismos que podem colonizar o trato urinário;
  3. Constipação intestinal: a água facilita o trânsito intestinal, amolecendo as fezes e colaborando para a regularidade do funcionamento gastrointestinal.
  4. Enxaquecas e dores de cabeça: em muitos casos, a desidratação pode ser um gatilho para crises dessa natureza; manter a hidratação pode reduzir a frequência e intensidade desses episódios;
  5. Alterações na pressão arterial: embora a relação seja multifatorial, a hidratação adequada pode ajudar na regulação do volume sanguíneo e na manutenção de uma pressão arterial estável.

Segundo Meira, cinco ações da água no corpo humano explicam tantos benefícios:

  • Diluição e eliminação de substâncias: a água reduz a concentração de solutos na urina, o que favorece a prevenção de cristalizações (no caso dos cálculos renais) e auxilia na eliminação de toxinas;
  • Estímulo à micção: a ingestão adequada promove a remoção regular de micro-organismos e resíduos metabólicos, prevenindo a colonização bacteriana;
  • Lubrificação e trânsito intestinal: no trato gastrointestinal, a água ajuda a amolecer o bolo alimentar, facilitando o seu deslocamento e prevenindo a constipação;
  • Regulação hemodinâmica: ao manter o volume sanguíneo, a hidratação adequada auxilia na regulação da pressão arterial e na circulação, contribuindo para a saúde cardiovascular.
  • Manutenção do equilíbrio térmico: a água tem um papel crucial na termorregulação corporal, o que também colabora para o ótimo funcionamento dos processos metabólicos.

O especialista ressalta, porém, que não há um cálculo “mágico” para a ingestão diária. “Não há uma quantidade universal que se aplique a todos, pois ela varia de acordo com fatores como peso, idade, clima, nível de atividade física e condições clínicas específicas. Uma recomendação bastante utilizada é a ingestão de aproximadamente 30 a 35 ml de água por quilo de peso corporal. Por exemplo, para uma pessoa de 70kg, a recomendação ficaria entre 2,1 e 2,45 litros diários. Em situações de maior perda de fluidos (como exercícios intensos ou ambientes de alta temperatura), a necessidade pode ser ainda maior. Tais recomendações gerais, entretanto, devem ser adaptadas a cada paciente, principalmente em casos de condições clínicas que exijam cuidados específicos (como doenças renais, por exemplo)”.

Além disso, é preciso monitorar a cor da urina, que deve ser clara; ter atenção aos sinais do corpo (sensações de sede, fadiga e outras podem indicar desidratação e a necessidade de repor líquidos); considerar o contexto (pessoas que praticam atividades físicas intensas, vivem em ambientes quentes ou têm condições médicas específicas deverão ajustar o consumo de água) e buscar uma orientação personalizada (em casos de doenças crônicas ou condições particulares – como insuficiência renal -, o ajuste deve ser feito sob supervisão médica.

A água e o corpo humano

De acordo com Meira, a água é indispensável para a manutenção da vida e da boa saúde, pois compõe grande parte do corpo humano e está presente em todas as células, tecidos e órgãos. Atua como ambiente para reações químicas e metabólicas, funcionando como solvente e meio de ação de enzimas. “Também regula processos fisiológicos, desde a digestão até a saúde renal e cardiovascular, e mantém a estabilidade eletrolítica, permitindo o transporte e o equilíbrio de eletrólitos essenciais para a condução nervosa e contração muscular”.

“Também opera como solvente universal para uma ampla gama de substâncias, facilitando processos e remoções metabólicos e o transporte de nutrientes; controla a temperatura corporal por meio da regulação do calor; faz a pressão osmótica, crucial para o equilíbrio de fluidos entre os compartimentos celulares e extracelulares; possui papel fundamental de lubrificação na proteção e funcionamento das articulações e tecidos moles”, conclui o especialista.