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Mpox: além de morte de cantor, Brasil tem 373 casos em 2025

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), o estado registrou 19 casos de mpox em 2025 até o último dia 23.

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A Prefeitura de Belém confirmou nesta sexta-feira (25) a morte do cantor paraense Gutto Xibatada, de 39 anos, por complicações causadas pela mpox
Gutto Xibatada morreu após contrair Mpox. Foto: Divulgação

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), o estado registrou 19 casos de mpox em 2025 até o último dia 23. A doença voltou a chamar a atenção depois que o cantor paraense Augusto Demétrio Neto, conhecido como Gutto Xibatada, morreu por complicações causadas pelo diagnóstico.

Segundo a família do artista, Gutto tinha comorbidades que agravaram o caso e teria contraído a infecção viral no final de 2024 durante uma viagem. No ano passado, a Sespa informa que foram identificados 64 casos da doença no Pará.

No Brasil, de acordo com dados do painel de monitoramento do Ministério da Saúde, 373 casos já foram confirmados em 2025, além de 39 prováveis e 258 suspeitos até o último dia 14.

A mpox é uma infecção causada pelo vírus de mesmo nome endêmica em determinadas regiões do continente africano. A doença circulava principalmente entre roedores, casos em humanos costumavam ser identificados esporadicamente devido ao contato com os animais.

No entanto, em 2022 o vírus adquiriu a capacidade de se disseminar entre pessoas com maior facilidade, o que levou à disseminação global inédita da doença e ao decreto de emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em maio de 2023, o órgão deu fim ao cenário de emergência após a queda da mpox no mundo. O vírus, no entanto, continua a circular entre pessoas de diversos países, inclusive no Brasil, ainda que de forma mais controlada, com os serviços de saúde mais familiarizados com o diagnóstico.

No ano passado, uma nova cepa do vírus, que preocupa pela maior letalidade, também passou a se disseminar entre humanos, especialmente na República Democrática do Congo (RDC), na África, e em alguns países vizinhos. A linhagem teve poucas identificações em nações de outros continentes, como no Brasil, de forma limitada. Mesmo assim, a OMS decidiu decretar novamente ESPII.

Neste cenário, o Brasil ainda registra com uma certa frequência casos de mpox, majoritariamente da cepa que chegou ao Brasil em 2022 e que é mais branda. Segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúde, 373 casos foram confirmados em 2025; 2.019 em 2024; 795 em 2023 e 10.640 em 2022.

No Pará, por exemplo, o secretário adjunto de Gestão de Políticas Sociais de Saúde, Sipriano Ferraz, ressaltou que não há surto, epidemia ou pandemia da doença:

– É oportuno tranquilizar a população de que não há surto de mpox tanto em Belém e em todo o Pará. O mesmo eu digo que não há epidemia ou pandemia a respeito. Afirmo também que os serviços de saúde já possuem recomendações da Sespa para o monitoramento e acompanhamento da doença, para ajudar a população preventivamente – disse em coletiva de imprensa.

Como se proteger da mpox

Como se proteger da mpox

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns da mpox são erupções cutâneas ou lesões de pele; linfonodos inchados (ínguas); febre; dor de cabeça; dores no corpo; calafrios e fraqueza. A doença geralmente evolui para quadros leves e moderados e pode durar de 2 a 4 semanas.

O tempo entre a infecção e o início dos sintomas leva geralmente de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias. O indivíduo contaminado apenas deixa de transmitir o vírus depois que as crostas das erupções na pele desaparecem.

A transmissão ocorre pelo contato direto com a pessoa infectada, como pela pele ou por secreções. Por isso, relações sexuais costumam ser uma via comum de disseminação. Exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias também pode ser uma fonte.

Além disso, de forma menos frequente, a pessoa pode ser infectada pelo contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos, utilizados por uma pessoa infectada.

Para se proteger da mpox, o Ministério da Saúde recomenda evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Em caso de necessidade, como em que familiares estão infectados, a pasta recomenda o uso de luvas, máscaras, avental e óculos de proteção.

“Pessoas com suspeita ou confirmação da doença devem cumprir isolamento imediato, não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão”, continua o ministério.

Todas as pessoas com sintomas compatíveis de mpox devem procurar uma unidade básica de saúde imediatamente e adotar as medidas de prevenção, alerta.