Dr. Responde

Covid é principal causa de internação de crianças

Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Para.
Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Para.

Ana Bottallo
FOLHAPRESS

As internações por síndrome respiratória por Covid continuam prevalentes nas crianças de 5 a 11 anos no país. Enquanto nos bebês de zero a 4 anos cerca de 60% dos casos de Srag (síndrome respiratória aguda grave) notificados eram causados por VSR (vírus sincicial respiratório), nas faixas etárias mais velhas, incluindo as crianças e os adolescentes de 12 a 17 anos, os casos de Covid são a principal causa de doença respiratória no último mês.
A análise é feita somando os casos de Srag nas últimas quatro semanas epidemiológicas (período de 11 de dezembro de 2022 a 7 de janeiro de 2023) com agente causador conhecido, isto é, quando é feito o exame de painel viral para investigar qual o vírus causador da síndrome.
Embora as infecções ainda continuem elevadas em idosos e nos adultos com mais de 40 anos, as crianças de 5 a 11 anos e os adolescentes de 12 a 17 tiveram alta de casos de Srag por Covid. O Sars-CoV-2 respondeu a quase 80% de todas as internações por Srag no período em todas as faixas etárias. “A Covid continua sendo o principal motivo de internação por problemas respiratórios na população adolescente e adulta. É isso que os dados de notificação têm nos mostrado”, explica o pesquisador da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Gomes alerta para a baixa cobertura vacinal nas crianças, de cerca de 39%. Desde o último dia 4, o Ministério da Saúde recomendou a aplicação de uma dose de reforço na faixa de 5 a 11 anos, mas mesmo a cobertura de doses segue em baixa na população infantil. “Nos chama atenção que, infelizmente, atualmente uma parcela importante da população tem se mostrado em dúvida se vale a pena ou não vacinar as crianças e adolescentes”, ressaltou.
Além disso, muitas crianças no Brasil morreram por Covid e outras pela SIM-P, síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, associada com pós-Covid.
“A vacina é nosso principal mecanismo para proteger a nossa saúde e nossa vida contra a Covid”, afirmou o pesquisador.

PARA ENTENDER

IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO PARA CRIANÇAS
*A vacinação contra Covid é fundamental nas crianças, pois estudos já mostram que a infecção pode levar a sequelas cardiológicas e até neurológicas também nessa faixa de idade.

*A pesquisa mostra que mesmo casos leves de Covid podem provocar sequelas que duram até um ano.

CoronaVac: 754 mil doses vão reforçar vacinação infantil

O Ministério da Saúde recebeu na quarta-feira (11) 754 mil doses da CoronaVac para reforçar a vacinação contra a covid-19. A entrega faz parte de um contrato aditivo firmado com o Instituto Butantan e, de acordo com a pasta, um novo aditivo deve ser assinado nos próximos dias, garantindo a compra de 2,6 milhões de doses no total.
De acordo com o ministério, as doses já entregues estão sob análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde e serão distribuídas nos próximos dias.
As primeiras doses devem ser usadas para dar continuidade à imunização de crianças de 3 a 11 anos. Segundo a pasta, as doses de vacina serão distribuídas de maneira isonômica, conforme solicitação de cada ente federativo e do cálculo de público-alvo. (Agência Brasil)

Autorizada ampliação da validade da vacina Comirnaty

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu ampliar para 18 meses o prazo de validade da vacina Comirnaty, imunizante monovalente contra a covid-19, produzida pela Pfizer.
A Anvisa informou que a ampliação do prazo se aplica a todas as apresentações do produto produzidas a partir de do dia 9 de janeiro de 2023 e autorizadas para uso em crianças a partir de 6 meses de idade, adolescentes e adultos. A validade anterior era de 12 meses.
“A aprovação se baseou em novos dados de estudos de estabilidade realizados pela Pfizer. Esses estudos demonstraram que não há alteração nas especificações de qualidade da vacina durante o período adicional ao prazo anteriormente autorizado”, disse a Anvisa.
A administração dos lotes já produzidos e distribuídos no país, que estão identificados com o prazo de 12 meses, a Pfizer foi orientada pela Anvisa a solicitar uma autorização excepcional de uso.
“Nesse pedido, a Pfizer deve comprovar a adequada rastreabilidade dos lotes, de modo que os profissionais de saúde e os indivíduos que recebam a vacina possam prontamente verificar a data correta de validade, no momento da sua aplicação”, determinou a Anvisa.
A agência disse ainda que para as versões bivalentes da vacina Comirnaty, vacinas que contêm cepas específicas da variante Ômicron do vírus causador da covid-19, não houve alteração do prazo previamente aprovado. (Agência Brasil)