Lançada em 2023 pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), a 12ª procissão do Círio de Nazaré, a Romaria da Acessibilidade, saiu às ruas de Belém na manhã deste sábado (26), a partir da Praça Santuário, logo após a chegada da Romaria dos Corredores. Músicos PCDs e um coral de intérpretes de libras estiveram na concentração para animar os romeiros no local.
Foram seis pontos de recepção ao redor da Basílica, onde os devotos tiveram auxílio dos voluntários, com informações do trajeto e apoio na acessibilidade de locomoção. “A Romaria da Acessibilidade é a nossa caçula das procissões. Ela foi criada devido a pedidos de várias associações que trabalham na área. Tudo foi muito bem preparado para uma caminhada confortável e tranquila. A igreja abraçou as pessoas que têm alguma limitação física e que também querem participar e fazer parte da celebração à Nossa Senhora de Nazaré”, destacou Antônio Sousa, diretor de procissões.
O trajeto escolhido priorizou ruas arborizadas para minimizar qualquer possível desconforto causado pelo sol. A romaria saiu da Praça Santuário em direção à Avenida Generalíssimo Deodoro, seguindo pela Avenida Braz de Aguiar, Travessa Quintino Bocaiúva e Avenida Nazaré, finalizando na Praça Santuário, com percurso de 1,45 quilômetro e duração de cerca de duas horas. A expectativa era de que três mil pessoas participassem do evento.
Momento para agradecer
A devota Helia Magalhães de Freitas, 88 anos, marcou presença pelo segundo ano consecutivo na Romaria da Acessibilidade. Para a devota que participa da quadra nazarena desde quando era criança, o momento é de agradecer pelas bênçãos conquistadas.
Cerca de 230 voluntários e nove entidades que representam a população PCD deram suporte aos participantes do início até o final, com profissionais de diversas áreas da saúde, intérpretes de libras e áudio-descritores. Nos 12 pontos de apoio ao longo da romaria, foram disponibilizados abafadores de ruído para quem tivesse sensibilidade auditiva, espaço de acolhimento, sala de descanso, pulseiras de identificação para crianças, cadeiras de rodas e outros suportes necessários.
A farmacêutica e pesquisadora Eliana Silva, 53 anos, trouxe os filhos Emmele, 18, e Ezequiel, 12, para participarem pela primeira vez na Romaria da Acessibilidade. Para a devota, a romaria é um momento que evidencia a resiliência das Pessoas com Deficiência na devoção à Virgem de Nazaré. “É a fé, esperança e gratidão que nos possibilita estarmos aqui contemplando esta ocasião”.
Para agradecer por uma benção conquistada na saúde, a cantora da Banda Inclusiva de Marituba, Rosinete Nascimento da Cruz, 55 anos, também esteve presente na segunda edição da Romaria da Acessibilidade. Rosinete, que veio na primeira edição da romaria em 2023, afirma que Nossa Senhora sempre atendeu às orações dela. “Minha padroeira nunca me deixou sem resposta. A fé é algo que não tem explicação”.