Após um extenso calendário de atividades litúrgicas, pelo menos 50 mil devotos participaram na manhã desta segunda-feira, 28, de um dos momentos mais emocionantes da programação: o Recírio. A data marca a subida da imagem original de Nossa Senhora de Nazaré ao seu lugar original, na Basílica Santuário de Nazaré.
A romaria faz parte da história da capital paraense desde 1859, e destaca o fim da festa mariana. A expectativa é que, segundo a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), este ano, aproximadamente 50 mil fiéis tenham participado da Basílica de Nazaré, celebrando e agradecendo as graças alcançadas ao longo do ano.
Às 8h, teve início a procissão, saindo da Praça, percorrendo um quilômetro, em aproximadamente uma hora, nas ruas Dom Alberto Gaudêncio Ramos, avenidas Generalíssimo Deodoro e Nazaré, seguindo até o Colégio Gentil Bittencourt.
Entre agradecimentos, pedidos e promessas
Onde tudo começa, a Basílica Santuário de Nazaré reúne fiéis que, entre agradecimentos e orações manifestadas, por vezes, no ato de amarrar fitinhas, símbolo de pedidos e promessas, devotos carregam histórias de conexão com a Padroeira paraense. Um deles é o agente de portaria Edmilson Menezes, de 43 anos, que também é Guarda de Nazaré.
“Faço parte da guarda há 23 anos. O Recírio é um modo de agradecer a graça que a gente pede, e agradece também pelo ano todo. Sempre digo que a gente trabalha o ano inteiro pela Nossa Senhora. É pela fé”, explica, emocionado. Para Edmilson, este ano é especialmente significativo, pois ele busca por uma cura de saúde, após enfrentar problemas médicos nos últimos meses. “Espero que, ao final da procissão, possamos todos sentir que Deus e Nossa Senhora nos ouviram”, diz.
Natália Miranda, de 38, residente em Ananindeua, revela que, embora não tenha participado das romarias deste ano por causa do trabalho, guarda boas lembranças do Recírio. “É a finalização das romarias. Para mim, representa bênçãos alcançadas e agradecimentos por tudo que vivi. Já participei de várias, e cada uma traz uma experiência única”, compartilha. Ela também expressa sua gratidão por uma graça importante: a cura de seu filho, Wenderson Cunha, de 16 anos, que lidou com convulsões na infância.
“Acredito que, mesmo sem participar ativamente, como foi esse ano durante as principais Romarias, posso sempre fazer meus pedidos e agradecer. Maria sempre esteve presente em nossa vida. Meu filho é resultado de oração”, afirma.
Para ela, a presença da família é um aspecto importante nas tradições do Recírio. O esposo, Paulo Santos, 32, compartilha desse espírito. “Esse ano não pude participar de outras romarias, mas estamos animados para o Recírio. Maria é tudo para nós. É difícil explicar, mas sentimos as bênçãos dela sempre”, comenta Paulo. Wenderson, por sua vez, agradece as graças recebidas. “A fé é a nossa força, mesmo nas dificuldades”, declara.