Olhos atentos à imagem da padroeira dos paraenses e mãos elevadas ao céu para pedir bênçãos e curas. Essa pode ser a síntese da atmosfera vivida, na manhã desta sexta-feira (11), por pacientes e profissionais de saúde em frente ao Hospital Ophir Loyola (HOL), na avenida Magalhães Barata, em Belém, com a passagem da primeira romaria oficial do Círio de Nazaré 2024, a procissão do Traslado para Ananindeua e Marituba.
Internada para fazer uma cirurgia, a marabaense Keitiaura Souza, 36 anos, aguardava ansiosa para ficar mais perto da imagem da padroeira. “Sou muito apaixonada pela Nossa Senhora de Nazaré. É um prazer imenso estar aqui, neste momento, prestigiando, diante da situação em que me encontro. Que ela possa me dar não só a minha cura, mas a de todos os pacientes que estão em tratamento. Peço que abençoe a minha vida e a de todas as pessoas presentes”, disse emocionada.
Desde as primeiras horas da manhã, a movimentação já estava diferente na instituição de saúde com a triagem dos pacientes internados e liberados pela equipe médica para participar do momento de devoção e fé católica, na frente do Hospital.
A acolhida iniciou às 6h50 com o diácono Marcelo Lopes, da Paróquia da Santíssima Trindade, que pelo sexto ano participa do momento de homenagem. “É uma grande alegria participar desse tributo que o hospital oferece não somente aos pacientes, mas também aos familiares. A enfermidade abala o emocional das pessoas, mas a fé faz com que elas se sintam mais motivadas a lutar pela vida. Este é o único local que a Imagem para durante esse trajeto e isso faz com que as pessoas se sintam mais perto de Deus e consigam ver o novo manto de Nossa Senhora”, disse o diácono.
Apresentações musicais com canções marianas deixaram o momento ainda mais bonito com a participação do servidor Lucas Lima, Rejane Martins, Ministério Seráfico e pela homenagem oficial com a canção Ave Maria, de Schubert, entoada pelo cantor Davidson Silva, conhecido nacionalmente pelo vasto currículo na música católica, marcado por homenagens ao papa Francisco e convenções em Jornadas Mundiais na Cracóvia, no Brasil e em convenções no Vaticano na presença do papa.
“Sou muito devota, graças a Deus estou fazendo meu tratamento e já me operei. E, com fé em Maria, nossa mãe, está dando tudo certo. Graças a ela, graças ao filho dela, Jesus Cristo. Eu estou mais um ano aqui para homenageá-la, agradecer por tudo que tem feito por mim, por estar de pé. Viva Nossa Senhora de Nazaré”, disse a paciente Lucidélia Neves, 63 anos, que está em tratamento contra o câncer de mama.
A imagem peregrina e arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, foram acolhidos pela secretária de Estado de Saúde, Ivete Vaz; pela diretora Clínica do HOL, Vânia Brilhante; e pela diretora de Ensino e Pesquisa, Margaret Braun. “A emoção é grande. Recebê-la sempre é uma grande honra, porque acredito que Maria é nossa intercessora. Pedi saúde para os pacientes e mais sabedoria para fazermos o melhor pela população usuária da saúde pública estadual do Estado do Pará”, destacou a secretária Ivete Vaz.
Há 22 anos, o hospital conta com um grupo de voluntários para auxiliar nos momentos de Visita da Imagem Peregrina à casa de saúde. Hoje, uma equipe multidisciplinar formada por cerca de 60 servidores e terceirizados é responsável por deslocar os pacientes das clínicas de internação até as arquibancadas.
O assistente administrativo Jorge Cardoso, 60 anos, está há um ano no hospital e pela primeira vez atuou como guarda.“Eu tenho fé e acredito na nossa mãe, nossa mãezinha do céu. Eu acompanho o Círio e se não fosse os dois anos de pandemia, este ano seriam 40 anos acompanhando a procissão na corda. Então, essa é uma maneira também de eu prestar uma homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, trabalhando, fazendo parte, com muita honra, da guarda dela particular, aqui do Hospital Ophir Loyola”, disse.
“Há 20 anos, sou servidor desse hospital e como na sexta-feira é o nosso dia cirúrgico, há 20 anos, eu assisto aqui do Hospital a Santinha passar e recebo as bênçãos dela e faço um agradecimento por todos os sucessos que nós tivemos com os nossos pacientes. Ano que vem, espero estar aqui de novo, porque é Círio Outra vez”, afirmou o cirurgião ortopedista, Fernando Brasil.