IMAGEM PEREGRINA E IMAGEM ORIGINAL

Imagens de Nossa Senhora de Nazaré continuam em visitação

Iniciativa é parte do calendário oficial do Círio de Nazaré para quem deseja ter um encontro mais pessoal com a Virgem Santa.

Imagens de Nossa Senhora de Nazaré continuam em visitação Imagens de Nossa Senhora de Nazaré continuam em visitação Imagens de Nossa Senhora de Nazaré continuam em visitação Imagens de Nossa Senhora de Nazaré continuam em visitação
Imagem Original está no altar da Basília Santuário. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Imagem Original está no altar da Basília Santuário. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Outubro é um mês de muitas emoções e demonstrações de fé dos milhares de devotos de Nossa Senhora de Nazaré. Com o objetivo de proporcionar uma maior aproximação dos fiéis para com a Rainha da Amazônia, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré fica exposta na Praça Santuário durante a quadra nazarena.

Essa iniciativa faz parte do calendário oficial do Círio de Nazaré, e é um momento especial para todos aqueles que desejam ter um encontro mais pessoal com a Virgem de Nazaré, fazer suas orações ou agradecer por uma graça alcançada. Para isso, basta ir até o altar da Praça Santuário, as visitações podem ser feitas diariamente, das 8h às 21h30.

Para os filhos e filhas de Maria que desejam visitar a Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré, aquela encontrada por Plácido por volta de 1700 nas margens do rio Murutucu, as visitas acontecem na Basílica Santuário, já que a Imagem não pode sair do local do achado. O Santuário está funcionando nos horários de 5h às 21h.

A Imagem Original é uma escultura em estilo Barroco confeccionada em madeira que foi encontrada por Plácido José de Souza, no ano de 1700. Ela possui 28 cm de altura e apresenta traços de uma senhora portuguesa.


O milagre do retorno

Relatos apontam que Plácido encontrou a imagem em uma bifurcação de um taperebazeiro (árvore do taperebá) e outros de que seria em uma espécie de nicho natural em meio a trepadeiras. E que, após achar a imagem, que estaria com um manto, percebeu costurado na parte interna um papel onde se lia “Nossa Senhora de Nazaré do Desterro”. Ele a levara para sua casa e a colocara em um pequeno altar de miriti, onde estavam um crucifixo e outras imagens de santos de sua devoção. No dia seguinte, a imagem teria sumido. Ao retornar ao local do achado, percebeu que ela se encontrava no mesmo lugar do dia anterior. O fato repetiu-se durante alguns dias e a notícia do “desaparecimento” se espalhou, provocando a intervenção das autoridades civis e eclesiásticas, fazendo com que fosse levada para o Palácio do Governo, para o Paço Episcopal e à recém-erguida Catedral, de onde ela também sumiu, sendo encontrada no mesmo local.

Por conta dos desaparecimentos, Plácido teria entendido que a imagem deveria ficar no local onde fora encontrada e ali construiu uma ermida para abrigá-la. O local do achado é onde hoje se encontra a majestosa Basílica Santuário.

O chamado milagre da “fuga da imagem” é tido como um prodígio que indica que o lugar teria sido escolhido por Deus para que ali a fé de seus filhos fosse manifestada. Ainda hoje a graça do Pai se manifesta por meio da intercessão da Vigem Santíssima, que acolhe seus filhos para celebrar, louvar, bendizer e suplicar ao Senhor.

A imagem é em si a memória e representação da Mãe que, trazendo o Filho amado nos braços, acolhe toda a humanidade N’Ele simbolizada. A doutrina Católica ensina que não são as imagens que fazem milagres, mas sim Deus Trino, que por intercessão de Maria, que nos antecede no Reino Celeste, realiza o impossível.

Ao longo da história são incontáveis os relatos de graças alcançadas por intercessão de Nossa Senhora de Nazaré aos que acorrem ao templo dedicado à Rainha da Amazônia, comprovando que se trata de um lugar abençoado e consagrado a Deus, onde seu poder se manifesta de maneira inigualável.


Sobre a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré

Em 1968, atendendo pedidos dos fieis, que alegavam ser a imagem do Colégio Gentil bastante diferente da imagem original, o então Pároco de Nazaré, Padre Giovanni Incampo, resolveu encomendar uma réplica da imagem para que fosse utilizada nas procissões e cerimônias oficiais. A tarefa, que contou com a ajuda da senhora Mizar Bonna, ficou a cargo do escultor italiano Giacomo Mussner, a quem foram enviadas diversas fotografias mostrando inclusive as medidas exatas da imagem original, mas com um pedido importante: Maria teria que ter o rosto das mulheres amazônicas e o Menino Jesus a aparência de uma criança indígena.

De acordo com Mizar Bonna, o escultor pode ter se enganado com as fotografias enviadas, fazendo com que remetesse primeiramente uma imagem esculpida com manto e com aparência das imagens desenhadas para os cartazes antigos. Como esta não foi aceita, foi doada para o município de Bragança-PA, onde passou a ser utilizada no Círio de Nazaré. A segunda imagem enviada é a que temos hoje. As cores e detalhes da pintura são praticamente as mesmas, a principal diferença está no burel (manta que cobre o Menino) que na imagem original possui detalhes em prata e na peregrina em ouro. Passou a ser utilizada a partir do Círio de 1969.

Do costume antigo da imagem do Colégio Gentil retornar para a capela da escola após a Festa, algumas pessoas ainda pensam que ela permanece lá durante o restante do ano, mas a verdade é que ela fica na Basílica Santuário de Nazaré.

A Imagem Peregrina é utilizada nas 14 romarias oficiais e mais de 500 visitas que faz a cada ano, em especial para a realização de romarias em outros estados do Brasil.