Meio dia e onze do dia 13 de outubro de 2024. Foi nesse horário e nesse dia que a berlinda portando a Imagem Peregrina adentrou a Praça Santuário, em frente à Basílica de Nazaré, onde milhares de fieis a esperavam. As mãos se erguiam ao alto, até mesmo de quem trabalhava na logística da procissão.
Um dos promesseiros que chegou ao CAN um pouco antes da Santa foi o humorista Paulo Vieira, que vai já corda pelo seu segundo ano. “Passo metade do tempo na corda pagando minha promessa, e o resto já deixando algumas outras promessas pré-pagas”, declarou à reportagem, com muito bom humor, demonstrando um enorme cansaço, mas também enorme simpatia com equipe de imprensa e fãs.
Antes disso, desde às nove e meia da manhã, passavam pelo isolamento do Exército Brasileiro somente os promesseiros, e eles eram muitos. O assessor financeiro Rosivaldo Junior acompanhava outros primos, irmãos e sobrinhos que vinham pagando promessa pela saúde do caçula da família, João Felipe, de apenas dez meses, que nasceu com lábio leporino.
“Os médicos diziam que ele teria sequela, e ele não teve. Está aqui, saudável, você pode ver”, disse ele à reportagem, enquanto o irmão vinha de joelhos, desde a Sé.
“Se alguém tem dúvida sobre o sentimento [de se pagar uma promessa], tentem ir só uma vez. Garanto que vocês vão querer vir todo ano!”, reforçou o devoto.
Ramon Granel, 28 anos, autônomo, é de Salinópolis, mas mora em Belém, e também veio desde a Sé.
“Só agradecer pelas graças alcançadas, renovar a fé, os laços, todo ano eu trago ela há mais de dez anos, e esse ano eu vim junto com o pessoal do Exército, junto à Guarda da Santa. Não tem palavras o significado de estar aqui, e vou continuar vindo até enquanto Deus permitir”, emocionou-se.
A pequena Maria Laura, com três anos de idade, vestidinha de anjo, resolver “ajudar” os promesseiros que chegavam à Praça Santuário. Ela colocava os papelões que protegiam os romeiros que vinham pagando promessa em frente ao CAN.
“Ela já pede pra vir. Ano passado ela não veio e ficou na porta de casa pedindo ‘bora, mãe, bora pro Círio’. Esse ano conseguimos vir puxando a berlinda, tivemos essa graça. Para nós, católicos, é emoção que não tem explicação. Jesus falou ‘traz a mim as crianças’, se fizermos isso, ela sempre vai estar perto das coisas do céu” , contou a mãe de Maria Laura, a enfermeira Raissa Brito, de 31 anos.
Minutos antes do inicio da missa que encerra a programação, em frente ao CAN, Rosinha Souza, esposa do Diretor de Procissões, Antônio Souza, criticou os cortes à corda. “Romeiro que é romeiro não faz isso. Ele sabe que, ao fim da procissão, ele pode pegar um pedaço”, finalizou.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você está ciente dessa funcionalidade.
Termos de Uso
e
Política de Privacidade