Irlaine Nóbrega
Especialmente nesse período do ano, a Basílica Santuário vira uma segunda morada, onde a Mãe repousa em frente ao altar para que os devotos a vejam mais de perto. Por isso, em cada fileira de bancos é possível observar os fiéis fazendo suas orações em silêncio para a Virgem de Nazaré. Cada espaço da igreja é tomado por uma forma de expressar a devoção de quem mora na cidade e daqueles que saem de longe para se encontrar mais de perto com Maria.
Os corredores laterais são reservados aos espaços de oração e entrega dos ex-votos. É onde muitos fiéis vão se comunicar com Deus, anjos e santos de maior proximidade. Esse foi o caso de Maria do Socorro, 62, que se ajoelhou para agradecer a São José e a Virgem Maria pelas graças alcançadas. “Ele [São José] é meu padrinho, na minha certidão de batismo está ele, não é ninguém vivo na Terra. Mas eu vim também agradecer à Nossa Senhora e a Deus por todas as graças alcançadas e as graças que eu sei que ainda virão nessa nova era que está próximo a chegar. Eu vim agradecer pelas minhas netas e pela saúde da minha família. Esse lugar é de muita fé, a fé que a gente tem, que a gente espera que as coisas vão melhorar mais.”
FREQUENTE
A visita da funcionária pública à Basílica é recorrente, ainda mais no período mariano, quando não deixa de vir para ter um contato mais íntimo com a Mãe. “Eu sempre venho aqui nessa época agradecer e eu ainda vou voltar com o meu marido. Entrar aqui nesse período de Círio é diferente porque é como se fosse o Natal dos paraenses. É muito gostoso, é uma sensação que parece que a gente transborda mais de carinho e amor gratuito. E a gente tem que sair daqui e aceitar que o amor é todo dia, que temos de ser essencialmente bons e transbordar esse amor de Maria e Deus”, completou Maria do Socorro.
De joelhos e com um terço na mão, Maria Luisa Magalhães, 51, entrou na Basílica Santuário em oração. Caminhando das portas da igreja até o altar, a dona de casa agradecia à Nossa Senhora a cura de uma enfermidade e uma conquista material nos últimos dois meses. “Isso foi por duas graças que eu consegui. Eu tinha um caroço na boca e ano passado eu vim aqui nesse mesmo lugar, me apeguei a Ela e dois meses antes do Círio desse ano eu fiquei curada. A outra foi para o meu esposo que eu pedia à Ela que a gente conseguisse um caminhão, que ele tinha perdido, e ele conseguiu dois meses antes também. Eu sou muito grata a Ela, demais mesmo”, afirmou.
Para a dona de casa, a igreja representa um lugar de conversa próxima de Nossa Senhora, que a escuta sempre e opera milagres. “Entrar aqui novamente, dessa vez para agradecer, foi tão emocionante que quando eu comecei ali da frente era como se Ela tocasse em mim, eu já fiquei emocionada. Eu vim aqui ano passado fazer a promessa para Ela porque eu não achava que iria ficar boa. Foi nesse altar que eu vim falar com Ela, foi nesse mesmo lugar. Passei o ano todo com o mesmo problema, morria de medo, mas Ela fez esse milagre. Aqui também é meu espaço de oração, de apego mais próximo com Ela. Quando eu quero falar com Nossa Senhora também recorro a essa igreja”, relatou.