O Remo está a três pontos do acesso à Série B, um sonho acalentado no clube desde o rebaixamento de 2021. Todas as expectativas estão postas na decisão deste domingo (29) contra o São Bernardo, no estádio Jornalista Edgar Proença, com previsão de público recorde – em torno de 55 mil pessoas.
Na campanha do acesso em 2020, finalizada em janeiro de 2021, o torcedor não teve o prazer de acompanhar a partida que garantiu a subida. Eram tempos difíceis, de dor e morte. A pandemia de covid-19 assolava o país, impondo perdas humanas e expondo a face desumana de um governo.
O triunfo que garantiu a festa azulina na ocasião foi sobre o PSC, diante de arquibancadas vazias e do silêncio melancólico do Mangueirão. Os dois rivais se encararam também na 5ª rodada do quadrangular final.
Salatiel marcou o único gol do clássico, aos 34 minutos, finalizando um lance que teve a participação de Felipe Gedoz e Marlon. A outra partida do grupo, entre Ypiranga e Londrina, terminou empatado e o Leão garantiu o acesso com um jogo de antecedência.
É exatamente o que pode ocorrer hoje, em caso de uma vitória azulina sobre o São Bernardo. Um clima de otimismo domina a torcida, que desde o final do jogo de sábado em Volta Redonda correu às lojas para adquirir ingresso e assegurar presença no grande espetáculo de hoje.
Ninguém quer ficar de fora. Todos querem ter participação no esforço para alcançar o objetivo. A torcida de times como o Remo costuma se sentir responsável pelos passos e atitudes em campo. A dedicação à causa implica em cantar, gritar e incentivar os jogadores do começo ao fim.
A expectativa é a melhor possível, mas há sempre o receio natural que cerca toda decisão. No fundo, ninguém sabe o que pode acontecer, daí a expectativa febril. O futebol é o esporte mais imprevisível que existe. Uma jogada acidental pode determinar triunfos e derrotas.
É lógico, porém, que se espere uma grande apresentação do Remo. A campanha recente, que engrenou na reta final da fase de classificação, faz crer que o time está preparado para conquistar a vitória. A longa invencibilidade em casa amplifica as esperanças.
Sobre a escalação, que deve trazer novidades – Paulinho Curuá, Kelvin ou Matheus Anjos –, não há como antecipar muita coisa. Há a convicção de que o time dirigido por Rodrigo Santana está consciente da importância do jogo. Todos sabem o que está em jogo, por isso a luta será incansável em busca da glória máxima.
Sabe-se que o São Bernardo é uma equipe experiente e bem organizada. Tem um técnico (Ricardo Catalá) conhecedor dos segredos do Remo. Ocorre que em momentos decisivos a força de uma torcida apaixonada costuma pesar mais do que táticas e estratégias. Que esse poder das arquibancadas se manifeste por inteiro nesta tarde de domingo.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro comanda o programa, às 22h, na RBATV. Participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, as rodadas das séries B e C do Campeonato Brasileiro. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.
Com raça e entrega, Papão vence e respira
Foi à base de muita luta e determinação que o PSC conquistou sua 7ª vitória no Brasileiro da Série B, sexta-feira (27) à noite na Curuzu, atingindo 33 pontos e chegando ao 14º lugar. A necessidade de vencer fez com que o time de Márcio Fernandes buscasse o gol desde os primeiros minutos, e a recompensa veio bem cedo.
A primeira ameaça, porém, coube ao Ituano. O lateral Marcinho disparou uma bomba de fora da área, levando perigo ao goleiro Matheus Nogueira. Dentre as mudanças feitas por Márcio Fernandes, a troca do goleiro Diogo Silva por Matheus foi a mais importante.
Depois do susto inicial, o Papão tratou de avançar suas linhas, cercando a área do Ituano e forçando o jogo pelos lados. Aos 6 minutos, Bryan Borges lançou Jean Dias na direita e este cruzou na medida para o cabeceio fulminante do baixinho João Vieira. O goleiro nem se mexeu.
Com o placar favorável, o Papão se acalmou e passou a tocar bola no meio-de-campo. O Ituano não ameaçava, mas aos 20 minutos Bruno Xavier recebeu na área e disparou um chute no travessão. Logo em seguida, mais trabalho para Matheus Nogueira, em cabeçada de Guilherme Mariano.
O primeiro tempo acabou com três punições seguidas para o PSC. O árbitro Lucas Paulo Torezin (PR) amarelou Quintana, Netinho e Nicolas – que está suspenso do próximo jogo.
Depois do intervalo, o Ituano voltou a se mostrar perigoso. José Aldo, que passou pelo PSC há dois anos, recebeu um lançamento e chutou com perigo. Borasi, lançado na área paulista, deu a resposta com um chute cruzado, que bateu na zaga e saiu.
Paulinho Boia, que entrou no 2º tempo, mandou de fora da área e forçou o goleiro Jefferson Paulino a desviar para escanteio. Em seguida, Yony Gonzalez, que substituiu Nicolas, arriscou um voleio, mas errou o alvo.
A pressão do Ituano nos minutos finais assustou a torcida, embora o lance mais perigoso tenha sido um cabeceio de Salatiel pela linha de fundo.
Um jogo que o PSC precisava vencer a qualquer custo, e venceu. A luta foi superior à técnica, mas o resultado era o mais importante. Para obter os três pontos, o time se desdobrou nos dois períodos e mostrou ao torcedor que não vai faltar esforço para afastar a ameaça de rebaixamento.