GABRIEL CARNEIRO, TALYTA VESPA E THIAGO ARANTES
SÃO PAULO, SP, E BARCELONA, ESPANHA (UOL/FOLHAPRESS)
Uma série de testemunhas foi convocada para prestar depoimento sobre a acusação de agressão sexual que mantém Daniel Alves preso provisoriamente há duas semanas, em Barcelona. A leva de depoimentos acontece já nesta sexta-feira (3), a partir de 10h locais (6h de Brasília).
As testemunhas vão comparecer à Cidade da Justiça, mesmo fórum em que Daniel Alves foi prestar depoimento no último dia 20 e acabou preso.
O grupo de testemunhas é considerado fundamental na investigação. Segundo apurou o UOL, estão listados garçons, porteiro e gerente da boate Sutton, onde o crime teria acontecido em 30 de dezembro de 2022.
Além dos funcionários da boate, a amiga e a prima da denunciante -que a acompanhavam naquela noite- também são esperadas para prestar depoimento amanhã.
Algumas das testemunhas já prestaram depoimento à Polícia, mas agora os depoimentos serão para a Justiça.
Os depoimentos são importantes porque a defesa de Daniel Alves argumenta que há “inconsistência” na versão da denunciante. A ideia da Justiça é ter versões do que aconteceu na boate antes, durante e depois da suposta agressão sexual.
O gerente da boate foi o responsável por chamar a Polícia assim que soube do ocorrido e por isso foi convocado pela Justiça espanhola para prestar depoimento. Entre os garçons, há um que trabalhava na área vip da Sutton e informou à suposta vítima sobre o “interesse” de Daniel Alves. Também foi arrolado como testemunha o porteiro, que disse que a vítima estava “ansiosa” e dando sinais de que algo errado havia acontecido.
A amiga da denunciante afirmou que Daniel Alves apalpou, além da própria vítima, ela e outra pessoa que estava no mesmo grupo. Trata-se de denúncia de outro crime, o que pode complicar ainda mais a situação do jogador.
A defesa de Daniel Alves entregou nesta semana o recurso, pedido para que o jogador seja investigado em liberdade. A defesa tenta provar que a chance de o jogador deixar a Catalunha e voltar para o Brasil é nula. Entre as ações cautelares com as quais ele se compromete está o cumprimento de uma ordem de restrição que o proíbe de ter qualquer tipo de contato com a denunciante, bem como manter uma distância superior a 500 metros, além de pulseira eletrônica, fiança e entrega de passaportes.
O pedido ainda não foi apreciado e não há data para o julgamento. Se condenado por agressão sexual com violação, ou estupro, Daniel Alves pode pegar até 12 anos de prisão. A pena aumenta caso haja outros crimes.