O final da tarde desta sexta-feira, 1°, foi especial para 11 casais LGBTI+ que selaram o compromisso e o amor de forma oficial junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE). A cerimônia foi realizada no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O evento contou com o apoio da Prefeitura de Belém e foi promovido pela TJE e ONG Olivia. Os 11 casais tiveram a união oficializada pelo juiz de direito Agenor de Andrade.
Sonho realizado
O casal Marisa Nascimento, de 31 anos, e Alcione Silva, de 44 anos, está junto há cinco anos. O casamento é um sonho realizado do casal. “Era um sonho que eu tinha. Tanto tempo, desde quando eu conheci ela, sempre falei que queria casar. Nós, quando somos adultos, a gente tem muito trabalho, tem uma dificuldade. A gente também, pela nossa opção sexual, às vezes a nossa família não aceita e têm uns trancos e barrancos. Mas, fora isso, eu estou com um sonho realizado, que é ter ela como esposa”, contou emocionada Marisa.
A opção de casar também foi uma forma de combater o preconceito e reafirmar o amor, explicou Alcione: “A gente sofre com tantos preconceitos no dia a dia, a gente é excluída, somos excluídos da sociedade, não temos uma vida fácil. Escolher não é escolher, é a gente ter que lutar todos os dias contra preconceito e violência”.
Casamento garante direitos
Este é o terceiro casamento coletivo LGBTI+ que a Prefeitura de Belém apoia. Segundo a titular da Coordenadoria de Diversidade Sexual (CDS), Jane Gama, o casamento também é uma forma de garantir direitos.
“Hoje é dia de realizar o sonho de muitas pessoas que não podem pagar, é um casamento coletivo e gratuito. Esse matrimônio garante ao casal, caso aconteça algo, uma morte, o seu direito. Esse é um trabalho que a Prefeitura vem fazendo em parceria há muito tempo, já é o terceiro”, disse Jane.
A titular da Secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTI+, Symmy Larrat, compareceu à cerimônia e destacou a simbologia do evento: “O que estamos fazendo hoje é acolhimento, reconhecimento público e lutando contra uma onda de ódio. Quando dizemos que queremos pacificar a sociedade é sobre isso. Por isso o dia de hoje é importante”.