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Nunes Marques suspende retirada de invasores de terra indígena no Pará

Nunes Marques suspende retirada de invasores de terra indígena no Pará Nunes Marques suspende retirada de invasores de terra indígena no Pará Nunes Marques suspende retirada de invasores de terra indígena no Pará Nunes Marques suspende retirada de invasores de terra indígena no Pará
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques suspendeu nesta terça-feira (28) o processo de desintrusão de invasores da terra indígena Apyterewa (Pará).
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques suspendeu nesta terça-feira (28) o processo de desintrusão de invasores da terra indígena Apyterewa (Pará).

CONSTANÇA REZENDE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques suspendeu nesta terça-feira (28) o processo de desintrusão de invasores da terra indígena Apyterewa (Pará).

Ele atendeu a um pedido feito pela Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Projeto Paredão (APARPP) e pela Associação dos Agricultores do Vale do Cedro.
Nunes Marques determinou que sejam paralisadas todas as providências coercitivas de reintegração adotadas por forças policiais, “assegurando aos colonos, assim, o livre trânsito, na área objeto de impugnação, com seus pertences”.

O ministro afirmou que são relevantes as alegações apresentadas pelas associações “quanto ao elevado grau de litigiosidade existente na área objeto de cumprimento da decisão”, “sinalizando a iminência de uma conflagração apta a causar prejuízos irreparáveis de ordem social e econômica, circunstância que depõe em favor do risco de perecimento do direito invocado”.

Em nota, a secretaria-geral da Presidência afirmou que a União ainda não foi comunicada formalmente quanto à decisão que suspende a etapa de retirada coercitiva de invasores das terras indígenas objeto da operação.

Também afirmou que a AGU (Advocacia-Geral da União) apresentará recurso contra essa nova decisão, “uma vez que a mesma diverge da determinação vigente do presidente do STF”.

O STF determinou a retirada de invasores de sete terras indígenas, entre elas a Trincheira Bacajá, em decisões tomadas a partir de maio de 2021.

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desrespeitou a decisão, e o governo Lula (PT) vem executando ações de desintrusão a passos lentos.

No início de outubro, foi iniciada uma grande operação no território, a exemplo do que acontece na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, desde janeiro.

A Apyterewa foi a TI mais desmatada durante o governo passado e sofre com presença de garimpeiros, madeireiros e criadores de gado, todos atuando de forma ilegal.

Ao mesmo tempo, o território no Pará sofre forte pressão política. O início da operação, inclusive, foi adiado por essa razão e as ações de campo chegaram a ser suspensas.

No último dia 31, esgotou-se o prazo para a saída voluntária dos invasores das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá. No entanto, em razão da paralisação da operação, não houve ações de desintrusão desde então.

Mesmo assim, durante o mês de outubro, agentes federais realizaram incursões de reconhecimento da área e constataram que a presença de não indígenas vai muito além de uma vila construída por invasores e que abriga centenas de pessoas, com direito a postos de gasolina, mercados e hotéis, tudo dentro do território.