Wesley Costa
No Centro Comercial de Belém, o Espaço Palmeira, que deveria ser uma área de grande movimentação e um ponto atraente para vendas, continua abandonado. O problema que persiste há anos parece longe de acabar. De acordo com os poucos trabalhadores que resistem no local, a gestão municipal nunca apresentou projetos e prazos para melhorar as condições da estrutura, que está se tornando cada vez mais insalubre.
A equipe de reportagem do DIÁRIO foi até o espaço apurar a situação e registrou um grande acúmulo de lixo, água empoçada em diversos pontos, lonas que fazem a cobertura dos boxes rasgadas e, até mesmo, boxes sem uso, servindo de depósito de entulho. Quem trabalha por ali também reclama da falta de segurança do local, que há quase 15 anos abriga ambulantes retirados da avenida Presidente Vargas e outros pontos.
Há 12 anos, Milton Souza, 58, trabalha no Espaço Palmeira e diz que são os próprios permissionários que precisam fazer a limpeza e manutenção do lugar. “Somente na parte da frente que é mais arrumado, porque somos nós mesmos que precisamos fazer algo. Tem gente que chega aqui e fica incrédulo com as condições. É uma situação muito ruim mesmo e nunca é feito nada para nos ajudar a melhorar”, disse.
Além da sujeira, outros problemas enfrentados pelos ambulantes são a exposição de fios elétricos descascados, escuridão nos corredores e a cobertura que está comprometida. “Estamos aqui, mas até com certo medo, porque os riscos de incêndio são grandes devido a essa fiação exposta. Aqui no nosso boxe conseguimos arrumar bem, mas por conta própria. Porém, em outros, é preciso de uma reforma urgente”, contou Leila Barroso.
LIXO
“Fora tudo isso, estamos tendo uma grande manifestação de baratas e outros insetos, que tentamos resolver de todas as formas. Mas devido ao monte de lixo e entulhos que temos aqui, na parte de trás, não conseguimos controlar. Se não fosse a gente mesmo limpando, estaria bem pior. Eu ainda recebo clientes certos, mas outros colegas precisam que as pessoas passem por aqui para ver as coisas e têm ainda mais dificuldade de trabalhar”, acrescentou Leila.
Adentrando ao espaço, na área onde deveria funcionar a praça de alimentação, as condições são ainda mais deploráveis. Os comerciantes são obrigados a trabalhar próximos ao acúmulo de lixo e também do forte odor que exala de outros boxes utilizados como banheiro por pessoas em situação de rua. “Ninguém quer vir aqui e ficar sentindo esse fedor. É horrível! É preciso fazer algo urgente. São anos nessa situação”, reclamou Fábio Fagundes, 40.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Belém e com a Secretária Municipal de Economia, para saber sobre os projetos de melhorias previstos para o Espaço Palmeira, mas não obteve retorno.