Entretenimento

Mestre Damasceno é patrimônio nosso!

Completando 50 anos de carreira em 2023, Mestre Damasceno viu sua obra ganhar mais destaque.

FOTO: reprodução instagram
Completando 50 anos de carreira em 2023, Mestre Damasceno viu sua obra ganhar mais destaque. FOTO: reprodução instagram

Da Redação*

A obra de Damasceno Gregório dos Santos, o Mestre Damasceno, acaba de ser declarada como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará. Sancionada pelo governador Helder Barbalho, a Lei 10.141 foi publicada na última segunda-feira, 13, e referenda a importância do músico marajoara, criador do chamado “búfalo bumbá” e um ativo ator cultural em sua região e no restante do Pará.

O projeto que deu origem à lei tem autoria do deputado Elias Santiago (PT), vice-presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), e que foi aprovado por unanimidade pelos deputados no dia 18 de outubro. A lei chega no mesmo mês em que Mestre Damasceno recebeu a Comenda Eneida de Moraes, concedida no último dia 7 pela Secretaria de Estado de Cultura-Secult, pela relevância dos trabalhos do mestre popular na preservação e valorização do patrimônio cultural do Estado.

No mesmo mês que Damasceno capitaneou o 1º Festival de Boi-Bumbá em Salvaterra, reunindo em cortejo cultural bois tradicionais do Marajó, como o Boi Primavera, o Boi Estrela Brilhante, o Boi Brinquedo, o Boi Sete Estrelas, o Boi Garantido e o Búfalo Segredo das Meninas. Também na sequência de um ano em sua obra e trajetória foram homenageados no carnaval paulista, pela Paraíso do Tuiuti, e em que ele ganhou público com shows em São Paulo.

Cantor e compositor de toadas de boi-bumbá, de carimbó, xote, samba e até brega, aos 69 anos, Mestre Damasceno está completando 50 anos de atuação na cultura popular em 2023. Oriundo do quilombo de Salvá, localizado no município de Salvaterra, ilha do Marajó, tornou-se pessoa com deficiência visual aos 19 anos, devido a um acidente de trabalho. Hoje, ele tem cinco álbuns gravados, os dois mais recentes lançados este ano, “Búfalo-Bumbá” e “Chega Meu Boi – Mestre Damasceno e o Nativos Marajoaras”.

NOVAS HOMENAGENS

Depois de Damasceno, outras duas cantoras ícones da música paraense podem ser as próximas a ter suas obras declaradas patrimônio do Estado. A deputada Lívia Duarte (PSOL) protocolou dois projetos de lei, nesta terça-feira (14), na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), para destacar as obras de Gaby Amarantos e Joelma como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado.

Na justificativa, a parlamentar exaltou a trajetória das cantoras. De Gaby, desde o início na periferia, no bairro do Jurunas, passando pela banda Tecno Show, até chegar à atual indicação ao Grammy Latino 2023 na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”, sempre focada em ritmos paraenses. O mesmo com Joelma, já três vezes indicada ao Grammy, dona da marca de 20 milhões de álbuns vendidos, e empenhada em divulgar o Pará.

“O intuito desta proposição é demonstrar o valor social e cultural que representa a cantora paraense Joelma para o patrimônio histórico-cultural paraense, levando nossa cultura para os quatro cantos do mundo e destacando os ritmos e danças tão característicos do nosso Estado”, disse a deputada.

*Com informações do site da Alepa.