Ana Laura Costa
Num monitoramento divulgado ano passado pela Associação Aliança Bike sobre a expansão das redes cicloviárias em grandes centros urbanos, Belém ficou em 9ª posição entre as capitais brasileiras com mais ciclovias e ciclofaixas do país. No entanto, como isso reflete de forma prática no dia a dia de ciclistas da capital paraense?
Para a cicloativista e diretora geral do coletivo ParáCiclo, Melissa Noguchi, há sim uma rede cicloviária considerável na cidade, contudo, é preciso descentralizar e pensar na qualidade desses espaços.
“A gente precisa que as periferias da cidade sejam atendidas, porque a periferia pedala e muito, principalmente trabalhadores e estudantes, mas fora da área central da cidade, ainda não vemos essa estrutura chegando. Outra coisa é pensar na qualidade de deslocamento porque chove na cidade, mas é quente, daí precisa de arborização, pensar nessa estrutura para o ciclista. Belém é uma cidade que pedala”, pontuou.
Segundo Melissa, em 2020, o coletivo em parceria com o “Laboratório da Cidade”, foi à campo e mapeou as ciclovias existentes na cidade. Naquela época, ela conta que foram contabilizados 100 quilômetros de malha cicloviária, o objetivo era viabilizar mais ciclovias emergenciais junto à prefeitura da cidade, já que no auge da pandemia da covid-19, a bicicleta era o meio de transporte mais seguro, uma vez que evitava os aglomerados de passageiros dentro dos transportes públicos.
De acordo com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), atualmente, a malha cicloviária atual de Belém é de 144,03 quilômetros, totalizando 87 vias. “Esse levantamento foi feito pensando na demanda, enquanto pessoas que pedalam, né? Pensamos nos pontos de interligação que não tinham, então entregamos à prefeitura e alguns pontos foram atendidos como na avenida José Bonifácio”, ressaltou Noguchi.
A cicloativista também pontua que, para além de pedalar por lazer, em espaços como na orla do Portal da Amazônia, no bairro do Jurunas e Parque do Utinga, no bairro do Curió, para o deslocamento na cidade a ciclofaixa e ciclovia das avenidas Duque de Caxias e Almirante Barroso, são as mais recomendadas considerando segurança e condições para pedalar.
Quem concorda com Melissa, é o ciclista Rafael Dias, de 32 anos, que passa pelo bairro do Marco todos os dias. “Aqui na Duque é muito mais seguro, acho que as pessoas respeitam mais. Aqui também é arborizado, isso falta em outras ciclovias da cidade”, comentou.
O estudante Wilson Derick, de 20 anos, também comenta que percebe um respeito maior na ciclofaixa da avenida. “Eu acho que para as coisas funcionarem melhor, tem que ter mais respeito mesmo. Para quem usa para ir ao trabalho ou estudar, como é o meu caso, isso aqui é muito bom”, ressaltou.
Os melhores pontos para pedalar
Lazer
- Portal da Amazônia, bairro do Jurunas
- Parque Urbano Belém Porto Futuro, bairro do Reduto
- Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna, bairro do Curió-Utinga
- Orla da Universidade Federal do Pará (UFPA)
Deslocamento
- Avenida Duque de Caxias
- Avenida Almirante Barroso
- Avenida João Paulo II
Fonte: ParáCiclo