Pará

Doutoras do Agro: Mulheres da Ufra se destacam em lista da Forbes

Campus da UFRA em Belém. Foto: Divulgação
Campus da UFRA em Belém. Foto: Divulgação

A revista Forbes Brasil listou “100 mulheres doutoras do Agro” em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Rural, 15 de outubro. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1995. Dentre as homenageadas aparecem 3 doutoras ligadas a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra): a professora Natalia Guarino; a zootecnista Monique Valéria Carvalhal e a pesquisadora Jamile Araújo.

A Forbes destacou que o número de mulheres com doutorados tem crescido no Brasil. Entre os anos de 2013 e 2019, houve um crescimento anual de 61% de doutoras no país, chegando a um total de 13.419 no período, superando os homens que são 11.013, segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

 

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Natalia Guarino, professora.

 

A professora Natalia Guarino, que atua no campus Belém da Ufra, é doutora em nutrição animal desde 2010. “Eu leciono disciplinas de Zootecnia de Ruminantes e Bubalino, criei a disciplina de Pecuária Sustentável, que foi a primeira do Brasil. Sou coordenadora do grupo de estudo em pecuária e desenvolvimento sustentável na Amazônia, que é um grupo de pesquisa, e sou professora-conselheira do time Enactus-Ufra”, explicou a professora, que também colabora com programas de desenvolvimento e workshops junto ao Governo do Pará há quase 20 anos.

Na lista de 100 doutoras da Forbes, Natalia Guarino está no seleto grupo de apenas 3 professoras que lecionam na região norte do Brasil.

Natalia fez a sua graduação em Agronomia na Ufra, e comentou a surpresa de estar na lista de uma revista tão importante quanto a Forbes. “Nunca imaginei na minha vida sair em uma lista da Forbes, que dirá em um elenco tão especial: “mulheres doutoras do Agro”. Fiquei, realmente, muito comovida.”

Em um ambiente predominantemente masculino, a professora destaca que “não é fácil ser mulher do Agro, não é fácil ser mulher do Agro na Amazônia e não é fácil ser mulher do Agro na Amazônia abrindo portas para outras mulheres. Quando vi meu nome ali, para falar a verdade, a sensação que eu tive é que valeu a pena ter resistido tudo que aconteceu, todas as situações difíceis que eu passei. Extravasei, chorei bastante, fiquei muito emocionada, porque as pessoas veem a nossa vitória, mas não imaginam a dificuldade que a gente passou, os degraus que a gente teve que subir para ter um espaço, para ser vista,” afirmou Natalia Guarino.

 

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Monique Carvalhal, zootecnista.

 

Milhares de profissionais já foram formados pela Ufra e estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo, dentre eles a zootecnista Monique Carvalhal, especialista em bem-estar animal na empresa Minerva Foods, em Barretos, São Paulo. Formada em Zootecnia pela Rural da Amazônia, em 2011, Monique também está na lista da Forbes. Ela concluiu o seu doutorado em Produção Animal, em 2017, e pós-doutorado em Bem-estar Animal, em 2019.

Monique soube do seu nome da lista da Forbes por sua ex-professora e orientadora na Ufra, Maria Cristina Manno, que foi determinante na sua carreira. “É maravilhosa a sensação. É um reconhecimento de um trabalho que faço desde sempre. Eu trabalho com bem-estar animal desde a época da Ufra, com a professora Maria Cristina Manno me orientando. É um reconhecimento maravilhoso e fiquei muito feliz”, afirmou Monique.

Ao longo da sua graduação, Monique foi estagiária na Ufra no Programa de Seleção Genética (PROSEG) e no Centro de Pesquisas em Caprinos e Ovinos do Pará  (CPCOP). “A Ufra foi onde eu encontrei a área de trabalho que eu tanto amo e trabalho desde então. Desde o quarto semestre da graduação, eu comecei a estudar sobre comportamento e bem-estar animal e foi através da orientação da professora Maria Cristina Manno que soube do mestrado e doutorado da Unesp [Universidade Estadual Paulista]. Hoje eu trabalho com bem-estar animal. Então a Ufra que deu todo esse direcionamento para a área que eu tanto gosto de trabalhar”, comentou.

 

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Jamile Araújo, pesquisadora.

 

Formada em Medicina Veterinária pela Ufra, a pesquisadora Jamile da Costa Araújo, é doutora em Zootecnia desde 2013, no mesmo ano foi admitida na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e atua no Núcleo Temático de Aquicultura e Pesca, no Amapá. Desde o início da graduação até hoje, Jamile Araújo contribui com o Projeto Bio-Fauna da Ufra.

Jamile Araújo foi estagiária e bolsista pelo Projeto Bio-Fauna, onde ficou por 4 dos 5 anos da graduação. “Eu entrei em 2002, quando tinha apenas 16 anos, não tinha uma área definida e fui estagiar com animais silvestres. Cheguei a estagiar em outras áreas, mas me apaixonei pela área de animais silvestres”, contou.

“Sempre trabalhei em uma área muito desafiadora. Fui para Minas Gerais fazer mestrado na Universidade Federal de Lavras e engatei o doutorado em Zootecnia, sendo que lá ninguém conhecia o animal que eu trabalhava em Belém no Projeto Bio-Fauna, pois nós já trabalhávamos com quelonicultura”, disse a pesquisadora.

O Projeto Bio-Fauna da Ufra foi fundamental na carreira da pesquisadora. “Comecei com estágio-bolsa, fiz o TCC, fiz o mestrado, com orientação e coorientação da professora Maria das Dores Correia Palha, professora Dora. Ela foi minha orientadora de TCC, foi minha coorientadora no mestrado e no doutorado. Sempre estive no Projeto Bio-Fauna, faço parte do grupo de pesquisa. Ele foi muito importante para que eu me tornasse a profissional que eu sou. Em relação à qualificação profissional, eu devo muito à Ufra e muito ao projeto Bio-Fauna.”

“O ensino pode ser decisivo na carreira profissional e na vida de uma pessoa. Não vim de família abastada, hoje sou pesquisadora da Embrapa e consigo dá uma vida confortável para minha família. Realmente a educação transforma vidas. Então me sinto muito grata em ser reconhecida e poder compartilhar essa felicidade com essa instituição tão importante, que é minha instituição também, que é a Universidade Federal Rural da Amazônia”, finalizou Jamile.

Fonte: Ufra