Pryscila Soares
Os terminais de passageiros fluviais e rodoviário, localizados na capital paraense, registraram uma movimentação intensa na manhã de ontem (09), ao receber pessoas de diversos municípios do interior paraense que passaram o Círio de Nazaré em Belém e, em seguida, retornaram para casa. Além das bagagens, essas pessoas levaram consigo as lembranças e a emoção vivenciadas em mais um Círio de Nazaré.
Uma longa fila se formou do lado de fora do Porto Arapari, no bairro da Cidade Velha, de onde partem embarcações para destinos como Abaetetuba, Barcarena, Cametá, Igarapé-Miri e outros. Dentre as pessoas que passaram pelo local estava a aposentada Maria de Oliveira, 65, acompanhada da filha, genro, neto e bisneto.
Ela retornou para a cidade de Abaetetuba com o coração cheio de alegria depois de passar o final de semana na capital. “Todos os anos a gente vem passar o Círio. É muito bom sentir aquela emoção no coração. Agradeço por um pedido e faço outro. Os pedidos ficam guardadinhos aqui (no coração). Já estou com o pensamento no Círio de Abaetetuba, de Nossa Senhora da Conceição. A fé é o nosso primeiro remédio”, disse Maria, que se emociona ao falar do Círio.
O Terminal Hidroviário de Belém (THB), no bairro do Umarizal, também registrou bastante movimento pela manhã. Muitos passageiros deixaram a cidade tendo como destino o Arquipélago do Marajó. Entre eles estava o músico Luiz Jesus, 32, que mora em Ponta de Pedras. Apesar de não ser católico, ele faz questão de estar em Belém no período do Círio e de participar das romarias.
“Fui na Trasladação, na procissão do domingo e ainda deu para aproveitar ontem à noite. Fico aqui em Belém e em Ponta de Pedras, porque trabalho aqui e lá. Não sou católico, porém, na Moto Romaria, na chegada da santa, confesso que senti muita emoção. Chorei mesmo e não sei explicar a sensação. É algo bem diferente e emocionante”, relata.
De Cachoeira do Arari, o professor Ailton Anjos, 33, participou da mais importante procissão do Círio na corda. “Consegui pegar um pedaço da corda. Pedi pela saúde da minha família, principalmente. Toda vez que venho e participo, é isso que eu peço. A gente volta com renovação e esperança. É um gás a mais que ela nos traz”, afirma o devoto, que após 13 anos conseguiu estar presente no Círio.