Está previsto para esta segunda, dia 04 de setembro, a chegada das carretas com brinquedos do tradicional Parque ITA, para início da montagem do Arraial de Nazaré. A partir do dia 11 de setembro a área do estacionamento da Basílica ficará fechada para entrada de veículos, reabrindo apenas no final de novembro, com o encerramento do Arraial.
“Este ano teremos mais de 100 permissionários e em torno de 70 barracas vendendo os mais diversos itens, com apoio do Sebrae, e o parque ITA completo, com todos os brinquedos que normalmente estão presentes, entre eles autopista, booster, crazy dance, Evolution, Kataclisma, king loop, free style, trenó fantasma, roda panorâmica, montanha-russa e os brinquedos infantis, como carrossel. Em 32 anos, esta será a 30a vez que o parque participa do Círio de Nazaré. Os únicos momentos que não tivemos a montagem do parque foi durante a pandemia, em 2020 e 2021”, conta o diretor de arraial e arrecadação, Albano Martins.
O parque vai funcionar, durante o período fora da quadra nazarena, de 16 às 22h, de segunda a quinta, e de 16 às 22h30, na sexta, sábado e domingo. E durante a quadra nazarena, de 8 a 22 de outubro, o horário será de 16 às 23h.
História
O Arraial de Nazaré é uma tradição que começou na primeira edição do Círio de Nazaré, em 1793. Na época, consistia em uma grande feira de produtos agrícolas. O Arraial começou a ser chamado desta forma em virtude da construção das casas em volta da ermida de Plácido após o achado da imagem, aproveitando-se do grande fluxo de peregrinos que passou a ocorrer desde então.
As primeiras festas de Nazaré eram realizadas no mês de setembro, época do verão amazônico, quando a intensidade de chuvas diminui. Para a realização do primeiro Círio, o governador organizou uma grande feira de produtos agrícolas vindos de diversos municípios, até mesmo providenciando transporte de pessoas e mercadorias pelos rios de lugares distantes de Belém.
Segundo pesquisadores e historiadores, no início era realizado em frente à Basílica, onde hoje está situada a Praça Santuário de Nazaré, antes chamada de Conjunto Arquitetônico de Nazaré (CAN). No entanto, com o passar do tempo, mudou de lugar e se aprimorou. Passou a ser formado por uma série de brinquedos direcionados para o divertimento dos fiéis, bem como por várias barracas de venda de artesanato, comidas típicas e outros produtos industrializados.
No entanto, o funcionamento do arraial nazareno no século XIX não se resumia à mera exposição e venda de “produtos regionais”. Além das barracas fixas, a movimentação do público era acompanhada pelo comércio ambulante, por jogos, pelas danças coletivas negras, indígenas (lundum, chorado, cateretê, dança do bagre, mandu-sarará e bambiá) e europeias (dança das saloias e dança das camponesas), pelas apresentações musicais (normalmente apresentações de bandas) e teatrais.