Grande Belém

Trabalhadores tentam retomar a rotina após incêndio no comércio de Belém

Gerente de uma loja atingida pelo incêndio, Oziel Farias esteve no local para verificar o que restou. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Gerente de uma loja atingida pelo incêndio, Oziel Farias esteve no local para verificar o que restou. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Pryscila Soares

Uma semana após o incêndio que destruiu sete lojas no Centro Comercial de Belém, lojistas e trabalhadores da área tentam retomar a rotina. O perímetro ficou interditado alguns dias para a realização dos trabalhos do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM-Pará), Defesa Civil e outros órgãos que inspecionaram as lojas atingidas, localizadas dentro de um casarão na Rua 13 de Maio, esquina com a travessa Sete de Setembro.

Depois do episódio, quem passa pelo local se depara com cinzas, escombros e materiais que restaram. Funcionários dos estabelecimentos consumidos pelas chamas informaram que os proprietários e locatários ainda aguardam a autorização de órgãos, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para adotar providências, a exemplo da colocação de tapumes com o intuito de isolar os imóveis.

Desolado, o gerente de uma loja de confecções atingida pelo incêndio, Oziel Farias, 40, esteve no local na manhã de ontem (29) para verificar o que restou. “A gente está esperando a perícia sair para ver o que vai ser resolvido. A loja era da minha irmã e eu já trabalhava aqui uns oito anos. Ela está arrasada. Trabalhavam uns seis funcionários. É muito triste a pessoa perder um bem depois de batalhar. Mas Deus é maior”.

Ely Almeida, 43, auxiliar administrativa de uma loja de estamparia que também foi consumida pelo fogo, está à procura de outro ponto no comércio para recomeçar a loja onde trabalhou por 15 anos.

“Por enquanto, a gente está aguardando o laudo sair. Inclusive, estou procurando um ponto para alugar novamente. Parece que perdi um ente querido, porque eu chamava (a loja) de império. É muito triste. Éramos oito funcionários. Mas todos estão se empenhando para ver se a gente consegue levantar o império. Se Deus quiser vamos conseguir”, disse.

“A gente nunca espera que vai acontecer conosco. Mantínhamos extintores por toda loja, até porque os bombeiros sempre fiscalizavam e precisava seguir o padrão. Até agora não sabemos onde surgiu (o fogo)”, declara.

Aos poucos, os lojistas estão normalizando as atividades na área. Por sorte, uma loja de confecções na 13 de Maio, ao lado de um dos estabelecimentos que foram consumidos pelo fogo, não foi atingida pelas chamas. Contudo, o estabelecimento precisou ficar fechado por quatro dias para receber reparos.

“A gente recuperou o telhado, porque os bombeiros usaram para ter acesso. Aqui não afetou nada. Ficou um pouco rachada a parede ao lado por causa do calor do fogo, mas já recuperaram também. Reabrimos no sábado. Foi um prejuízo, mas agradecemos por ter sido só isso. Pior seria se tivéssemos perdido o prédio e os empregos, diferente dos nossos amigos que ficaram sem nada”, informa Nilton Pereira, 30, vendedor que atua na loja.