Uma das marcas do Festival Internacional do Chocolate e do Cacau, realizado até domingo (20) no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, é a inclusão. Alunos atendidos pela Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Belém (Apae) participam de oficinas de fabricação de chocolate, ministradas no espaço instalado pelo chocolatier César De Mendes.
Os alunos interagem em oficinas de decoração de cupcake, de chocolate, de beiju decorado com chocolate, fabricação de pirulito e culinária regional utilizando o chocolate. Participam das atividades pessoas com síndrome de Down e autismo, a partir de 30 anos.
Além de entreter os alunos, as oficinas ajudam na coordenação motora, ressaltou César De Mendes. Segundo ele, tudo é repassado com muita atenção e adaptado para que os participantes possam aprender e se divertir. “Os pais perceberam que eles têm muita dificuldade de coordenação motora e de autonomia em suas próprias casas. A gente precisava incluí-los, para que eles possam desenvolver suas habilidades domésticas a partir de coisas que não oferecessem riscos. Aí eu pensei no chocolate, em fazer pequenas brincadeiras com chocolate, com movimentação. Não precisa pegar em faca e nem mexer com fogo”, explicou.
O chocolatier disse que a ideia de criar esse espaço dentro do festival surgiu dos diálogos com os pais dos alunos. “A gente faz essa dinâmica aqui e todo mundo sai feliz, e ainda comendo chocolate”, ressaltou.
Trabalho – A professora de Educação Especial Albéria Vilar, da Apae Belém, que acompanha os alunos na programação, destacou que é muito importante a inclusão deles nesse tipo de atividade. Ela observou que os participantes enfrentam um duplo desafio. “Esses alunos são os que estão em processo de envelhecimento na Apae Belém, e que hoje, além da deficiência já ser uma dificuldade normal para se inserir na sociedade, e da deficiência intelectual múltipla, a dificuldade se torna às vezes muito maior. Quando se abre um espaço desses, onde você pode incluí-los e trabalhar da forma mais natural possível, para eles é essencial. É mostrar que têm potencial para estar onde eles quiserem”, disse a professora.
Participam, em média, 20 alunos por dia. A ação faz parte de um projeto de culinária desenvolvido pela Apae Belém, informou a professora, visando ao acesso ao mercado informal de trabalho.
Serviço– O Festival Internacional do Chocolate e do Cacau e o Flor Pará 2023 pode ser visitado das 15 h às 22 h, no Hangar, até domingo (20). O Hangar fica na Avenida Dr. Freitas, ao lado da Rua Brigadeiro Protásio, bairro do Marco, em Belém.