Trayce Melo
A instituição pública de ensino mais antiga em funcionamento no Estado do Pará e uma das mais antigas em atividade no Brasil, o Colégio Estadual Paes de Carvalho (CEPC), completou ontem (28) os seus 182 anos de história.
Para comemorar o aniversário do colégio, ex-alunos, professores e a equipe gestora realizaram uma homenagem simbólica. No pavilhão principal do colégio foi realizada a cerimônia de hasteamento da bandeira do colégio, com a entoação do hino nacional e da instituição. Após a cerimônia, foi preparado um delicioso coquetel para os participantes confraternizaram e relembrarem os tempos de colégio.
A emoção era perceptível no olhar dos ex-alunos que prestaram suas homenagens no encontro. A iniciativa já acontece há cerca de três anos pelo grupo de WhatsApp formado por ex-alunos que passaram pelo colégio entre os anos 1970 e 1980. O grupo “CEPC, eu te amo”, conta atualmente com cerca de 80 membros.
Entre os integrantes do grande grupo de amigos estava Orlando Ruffeil, 72 anos, ex aluno e professor de estatística, que contou que tudo o que viveram nos tempos de escola significou muito na vida de cada um dos ex-alunos. “A satisfação de estudar aqui é contagiosa, um amor pelo CEPC. Quem estudou aqui jamais esquece esse colégio. Eu já viajei muitas vezes para fora do país, mas não esquecia do CEPC e quando eu retornava a Belém vinha obrigatoriamente fazer uma visita a conversar com os professores, com alguns alunos e quando o CEPC estava em uma situação muito difícil, nós fundamos um grupo de WhatsApp e conseguimos resgatar vários ex-alunos. E esse grupo prosperou, está cada vez mais forte, mais coeso e dessa forma promovemos muitas coisas em prol do nosso amado colégio”.
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Pelas salas de aula do Paes de Carvalho passaram grandes figuras do cenário político, acadêmico e empresarial paraense que atuaram ou ainda atuam em vários segmentos, alguns com projeção nacional, como ministros de Estado, senadores da República, deputados federais e estaduais, prefeitos, governadores, reitores e empresários. Entre eles estão o senador Jader Barbalho, Jarbas Passarinho, Alacid Nunes, Lauro Sodré, Justo Chermont, Fernando Guilhon, Augusto Montenegro, Magalhães Barata, Gama Malcher, entre outros.
HISTÓRIA
Para Dircy Maria Koury, 82 anos, ex-aluna e ex-professora de geografia no colégio, sempre é uma grande honra retornar ao colégio. “Costumamos usar uma expressão: cepeceano, sempre cepeceano. Fui aluna no segundo grau, de 1956 a 1958, após três anos entrei como professora. Quando me casei, fui morar com meu marido no Rio Grande do Sul durante vinte anos. Quando voltei para Belém em 1987, já não tinha mais vínculos com o colégio. Até que chegou até mim, em 2020, um grupo de alunos, que me achou e me trouxe para coordenar a restauração do colégio. Quando peguei a frente do projeto, o colégio estava caindo aos pedaços. Em poucos anos, em 2021 o colégio foi reinaugurado”.
Dircy escreveu o livro “Como foi salvo o CEPC”, contando a história do colégio. “O mais fascinante é perceber que os atuais alunos zelam pelo espaço”, diz. “E quando eu chego aqui eu sou muito bem recebida pelos alunos, tenho um carinho muito grande pela instituição. A maioria dos ex-alunos que se reúnem para confraternizar, foram meus ex-alunos e eles relembram os tempos de colégio com muita admiração. Sinto muito orgulho em fazer parte dessa história”, lembra Dircy.
