Pryscila Soares
A ausência da presença física não diminui a importância e o amor por aquela que dedica a sua vida em prol dos filhos, da casa e da família. A saudade e as lembranças permanecem e, para quem perdeu a sua mãe, o Dia das Mães é uma data para reviver essas memórias e homenageá-las de uma forma diferente. Como em todos os anos, o cemitério público de Santa Izabel, no bairro do Guamá, em Belém, recebeu um expressivo número de visitantes na manhã de deste domingo (14).
Eram, sobretudo, filhos, netos e esposos que tinham o intuito de prestar homenagens às mães, avós e esposas sepultadas ali. Dentre os visitantes estava um grupo de quatro irmãs que passaram o primeiro Dia das Mães sem a genitora. Duas delas vieram do município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, e as outras de Marituba e Barcarena.
Juntas, as irmãs prestaram uma singela homenagem trajando camisas personalizadas com uma foto da mãe. Emocionada, a dona de casa Elisabeth Valois, 44, lembrou da mãe e do filho que ela perdeu recentemente.
“Vai fazer um ano no dia 7 de julho que ela faleceu. O nome dela era Silvina e tinha 77 anos. É um dia muito dolorido. Primeiro dia das mães sem ela e a saudade é imensa. Todas nós somos mães e o sentimento é totalmente de tristeza”, disse. A cabeleireira Cristina Valois, 51, disse que as irmãs se reuniram para também dar força à irmã que perdeu o filho. “Em especial para ela (Elisabeth) que recente perdeu o filho. Está sendo difícil para a gente. Todo ano era uma reunião muito grande com todos. Mas vamos nos reunir do jeito que a nossa mãe gostava”, afirma.
Já a autônoma Maria José Roso Danin, 58, estava acompanhada de duas irmãs e da sobrinha. Todos os anos elas se reúnem para visitar o túmulo da matriarca da família, que faleceu há 18 anos. “Como mãe, para mim é um dia feliz. E, já que a nossa mãe não pode mais estar aqui, a gente vem homenagear ela todo ano. É sagrado. Aqui é nosso ponto de encontro e depois vamos almoçar com os filhos. A gente sempre faz uma comida que ela gostava de fazer. Todas nós morávamos juntas porque ela não deixava ninguém se afastar dela. Eu que mudei para outra rua, mas todos os dias tinha que ir lá”, contou.
SAUDADE
No Dia das Mães, a primeira parada do autônomo Miguel Meireles, 63, é naquele cemitério para visitar o túmulo da esposa que faleceu em 2021, em decorrência de problemas renais, com quem teve duas filhas. Em seguida, ele visita o túmulo da mãe em um cemitério particular, falecida há 12 anos. Para Miguel restou a saudade da esposa e da mãe. “É muita saudade. Para alguns esse dia é de felicidade e para outros é tristeza. E tem que seguir com a vida. Minha esposa ficava muito feliz nesse dia, fazia comidas gostosas. E minha mãe foi a minha educação. Tudo o que eu tenho devo a ela”, assinala.
Para os vendedores de flores e velas, que atuam na calçada do cemitério, o movimento e as vendas eram considerados razoáveis. Dentre eles estava Maria Ciranda, 51, que comercializa os produtos no local há mais de 30 anos.
“Eu achava que teria um movimento melhor. Mas está razoável. A gente espera que o público venha até antes do almoço. Ficaremos aqui até o fechamento do portão, às 17h, ou até acabar a mercadoria. O que está saindo mais são os buquês de R$ 10, que vêm com crisântemo, margaridas e outras flores. Tenho flores a partir de R$ 5. Já a unidade da rosa temos de R$ 10 e de R$ 8. Os pacotes de velas estão a partir de R$ 7”, destaca.