Grande Belém

DIA DAS MÃES: Quando tudo passa a ser novo

DIA DAS MÃES: Quando tudo passa a ser novo

Cintia Magno

Passado o longo período de transformações durante a gestação, quando o bebê vem ao mundo tem início uma nova realidade não apenas para o ser que acabou de nascer, como para a própria mãe. Em meio a toda ansiedade causada pelo momento, ela passa a conhecer cada detalhe do ser que, até pouco tempo atrás, se manteve acolhido dentro de seu próprio ventre. No primeiro contato pele a pele com o filho, nas primeiras horas de vida do bebê, tem início uma das vivências que marcam para sempre a experiência da maternidade.

Tão pequeninho, ainda no segundo dia de vida, Nathanael não precisa fazer nenhum esforço para atrair, como um imã, o olhar encantado da mãe Ilzaneyde dos Santos Monteiro, 33 anos. Depois de ter sido mãe da primeira filha, 15 anos atrás, ela vivencia novamente a experiência de pegar um filho, pela primeira vez no colo e não esconde a emoção única desses primeiros momentos com a cria. “A minha primeira filha tem 15 anos, então, a sensação é de estar vivendo essa experiência tudo de novo, mas de uma maneira diferente. É um novo aprendizado”.

O que as primeiras horas de contato com o pequeno Nathanael contam é que ele é um bebê bastante agitado, com personalidade e que reclama se ficam mexendo muito em sua posição no berço. Aprendizados que só são possíveis através do contato direto entre mães e filhos. “Ele é agitado e tem uma força na perna. Se a gente vai mexer com ele, ele puxa a perna com força”, se encanta Ilzaneyde, sem deixar de admirar a tranquilidade do filho aninhado em seu colo. “Eu fico demais admirando ele. É um serzinho tão pequenino, a gente quer estar perto sempre, fica receosa de entregar na mãe de outra pessoa”.

Na expectativa de receber a esperada alta e, enfim, poder levar o filho para viver novas experiências, agora, em casa, ela não tem dúvidas de que os primeiros momentos vividos desde o parto, realizado na Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, ficarão para sempre na memória. “É uma hora muito especial. Com certeza não dá para esquecer”.

A emoção de ter o filho nos braços pela primeira vez foi um presente antecipado de Dia das Mães para a Cleideane Ferreira da Silva, 30 anos. O pequeno João Guilherme veio ao mundo às 14h do dia 10 de maio e antes que ele completasse as primeiras 24 horas de vida fora do útero, a mamãe já tentava decifrar os primeiros traços de sua personalidade ainda em formação. “A gente fica com uma ansiedade tão grande para ver o rostinho dele e, quando ele nasce, o momento é muito especial. O que eu mais gosto de ficar olhando é o rostinho dele mesmo, parece um bonequinho”, admirava.

Essa é a quarta vez que Cleideane vivencia a sensação única do primeiro contato com um filho que acaba de vir ao mundo. Apesar da experiência, ela não tem dúvidas de que, com cada filho, é uma emoção diferente. “O amor é o mesmo, mas cada um é uma experiência diferente”, considera. “Eu estou conhecendo ele (o João Guilherme) ainda, mas nessa primeira noite ele dormiu bastante. Ele é muito calminho, só chora quando quer mamar mesmo. Esse momento da amamentação é o mais especial, é um momento de intimidade com ele”.

Quem também se prepara para viver esse momento mais uma vez é a Íllen Soares Rodrigues, 34 anos, que há um mês tem a gestação acompanhada no acolhimento da Casa da Gestante da Santa Casa. Vindo do município de Igarapé-Açu, ela aguarda em Belém pela chegada do quinto filho e a previsão é de que o pequeno Emanuel venha ao mundo também no mês que é dedicado às mães. “É uma emoção muito grande, nesses dias finais da gestação a gente fica com muita ansiedade de estar com o neném no colo, dar carinho”, conta, sem deixar de lembrar da experiência vivenciada no nascimento dos seus outros filhos. “É muito especial esses primeiros momentos com o bebê. É um dos momentos mais reais para nós como mães, ter esse contato com ele, poder tocar. A gente entra na sala de parto e sai com o nosso bebê no colo”.

E a ansiedade para conhecer cada detalhe do pequeno Emanuel não é apenas de Íllen, mas também do seu esposo e dos irmãozinhos do caçula, que aguardam em Igarapé-Açu. “Os irmãos também estão na expectativa para conhecer ele. Uma criança é a alegria de uma casa, então, nesse momento vem a emoção, vem o choro, vem a preocupação e a saudade de estar longe dos outros filhos, mas é muito bom ter esse apoio aqui (na Casa da Gestante) porque é como se fôssemos todos parentes”, considera, ao revelar o momento que mais anseia vivenciar assim que o Emanuel chegar ao mundo. “O melhor momento é o da amamentação, quando a gente tem aquele contato pele a pele com o bebê logo que ele nasce. É maravilhoso”.

Ilzaneyde Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
Cleidiane Foto: CElso Rodrigues/ Diário do Pará.
Illen Soares. Foto: Celso Rodrigues