Lavanderias self-service crescem em Belém

Cintia Magno

O cliente sai de casa levando consigo um volume de roupas usadas, se dirige aos espaços em que é possível fazer a lavagem e sair de lá, dentro de alguns minutos, com as peças já higienizadas e secas. A cena não é incomum nos seriados e filmes americanos, mas em Belém esse tipo de serviço não era tão frequente. Isso até pouco tempo atrás porque, hoje, não é preciso circular muito para encontrar uma boa quantidade de lavanderias self-service espalhadas pela cidade. Um serviço que, pela demanda de clientes observada nesses locais, tem caído no gosto dos belenenses.

À espera do encerramento do clico de lavagem da primeira remessa de roupas, a servidora pública federal Helena do Carmo, 56 anos, dava andamento a uma rotina que passou a fazer parte das manhãs de sábado há pouco tempo. Depois que a máquina de lavar que ela tem em casa parou de funcionar, enquanto espera a chegada da peça que deverá resolver o problema, ela encontrou nas lavanderias self-service a solução para as roupas acumuladas.

“É a terceira vez que eu uso o serviço e acho muito interessante porque, hoje, os imóveis estão ficando cada vez menores, então, isso é uma demanda que tende a crescer cada vez mais”, considera. “Essa não é uma ideia nova. A gente vê que nos filmes da década de 90 isso já era muito comum nos Estados Unidos. Aqui em Belém eu acho que a chegada desse serviço foi até tardia, mas que bom que chegou porque é muito interessante”.

Depois de já ter experimentado outras lavanderias, ela encontrou a preferência por uma instalada no bairro da Pedreira, na travessa Humaitá. Habitualmente, ela opta por fazer a lavagem das peças com água quente e também por utilizar o serviço de secagem, principalmente neste período de chuvas mais frequentes em Belém.“Para lavar leva 38 minutos e para secar são 35 minutos, mas às vezes a roupa fica seca até antes disso”, conta, ao explicar como funciona o processo. “Você traz a sua roupa e mede no cesto que eles disponibilizam como medidor. Um cesto é uma lavagem. Aí você vai no totem, paga a lavagem no cartão, e ele libera automaticamente a máquina para você”.

Depois do pagamento e liberação da máquina, o próprio cliente coloca as roupas, fecha e espera a lavagem. A quantidade certa de sabão e de amaciante é liberada automaticamente pela máquina. Ao final, se o cliente quiser fazer a secagem, basta fazer o pagamento e liberar a máquina de secagem, que normalmente fica na parte de cima. Aí é só retirar as roupas da máquina de lavar, colocar na máquina de secar e aguardar o fim do processo que é contabilizado no marcador eletrônico. Para agilizar os afazeres do dia, Helena conta que costuma aproveitar esses minutos para resolver outras demandas. “Eu jogo para secar e atravesso a rua para fazer as compras que eu preciso lá na frente. Antes de terminar de secar eu volto e já pego, então, eu não perco tempo”, conta, ao considerar outra possível vantagem. “A vantagem de secar é muito boa porque se você for comprar uma máquina que lava e seca, não é menos que R$3 mil. Então, é um investimento alto”.

A vantagem financeira também é citada pela secretária Luciana Nogueira, 48 anos, como um dos motivos que lhe levaram a aderir ao serviço. Mesmo tendo máquina de lavar roupas em casa, ela conta que usa o serviço com frequência.

“Eu acho uma boa para a gente que, às vezes, não tem tempo. Normalmente eu venho durante a semana, à noite, mas depende muito. É bom que abre todo dia, então, quando dá para vir, a gente tem o serviço”, considera. “Além de ser mais prático, é mais econômico porque pelo preço que está o sabão e o amaciante, acaba saindo mais em conta lavar na lavanderia. Eu já estou até pensando em vender a minha máquina”. Desde que a loja frequentada por Luciana abriu também no bairro da Pedreira, na avenida Pedro Miranda, há um ano e meio, a demanda de clientes em busca do serviço só tem crescido.