A Justiça de Goiás determinou a suspensão imediata das transmissões ao vivo de vendas da WePink, marca de cosméticos fundada pela influenciadora Virginia Fonseca e seus sócios, Samara Pink e Lucas Chaopeng. A decisão, assinada pela juíza Tatianne Marcella, atende a pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que investiga práticas comerciais consideradas abusivas. A empresa só poderá retomar as chamadas lives de vendas após comprovar a existência de estoque suficiente para atender aos pedidos. O descumprimento da decisão poderá gerar multa de R$ 100 mil por ocorrência.
Na liminar, a magistrada destacou a necessidade de “garantir transparência e respeito aos direitos do consumidor”, determinando ainda que a WePink implemente, em até 30 dias, um canal de atendimento humano, com resposta inicial obrigatória em até 24 horas. A decisão obriga também a divulgação, nas redes sociais e no site oficial da marca, de informações claras sobre cancelamentos, trocas e reembolsos, sob pena de multa adicional de R$ 1 mil por caso de descumprimento. O MP argumenta que a empresa teria vendido produtos sem estoque disponível, o que configura publicidade enganosa e má-fé comercial, e cita mais de 90 mil reclamações no Reclame Aqui apenas em 2024, além de 340 denúncias formais no Procon-GO entre 2024 e 2025.
Decisão Judicial e Implicações para WePink
Segundo o Ministério Público, durante transmissões ao vivo, os próprios sócios da marca teriam reconhecido que as vendas ultrapassaram a capacidade de entrega. A juíza reforçou que “a popularidade digital não isenta nenhuma empresa do cumprimento das normas do Código de Defesa do Consumidor”. Até o momento, nem Virginia Fonseca nem a WePink se manifestaram oficialmente sobre a decisão judicial, que segue válida até que a empresa apresente provas de regularização de seus processos de venda e atendimento.