O dia 21 de setembro, que este ano cai num domingo, é Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. data que marca a construção de mobilizações para a Inclusão Social de Pessoas com Deficiência, conscientização da luta anti-capacitista e celebração destes movimentos.
Criada pelos Conselhos de Psicologia há 20 anos, o Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva teve a época o objetivo de mobilizar profissionais da Psicologia na defesa de políticas elaboradas em favor da inclusão escolar de pessoas historicamente excluídas do processo educacional. Hoje, a data é um símbolo para toda sociedade que luta por uma escola que respeite a singularidade de cada sujeito.
As pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão entre as que mais necessitam de atenção e inclusão social. A estimativa é que 1% da população brasileira viva com TEA. Os dados da pesquisa do IBGE apontam ainda que 71% dessa população apresenta também outras deficiências, o que reforça a necessidade de ações integradas no SUS.
O Ministério da Saúde lança a nova linha de cuidados para TEA. O documento orienta que os profissionais da atenção primária façam o teste de sinais de autismo em todas as crianças entre 16 e 30 meses de idade como parte da rotina de avaliação do seu desenvolvimento. A expectativa é que as intervenções e estímulos a esses pacientes ocorram antes mesmo do diagnóstico fechado. A atuação precoce é fundamental para autonomia e interação social futura.
Segundo especialistas, o ideal é que o teste para identificar o autismo seja feito a partir da observação de sinais precoces, que podem ser percebidos antes dos 18 meses de idade. O diagnóstico é clínico, ou seja, não existe um exame físico, e é realizado por uma equipe multidisciplinar de especialistas como neuropediatras ou psiquiatras infantis, que usam entrevistas e testes padronizados, como o M-CHAT, para avaliar o desenvolvimento da criança.
Sinais que merecem atenção
O TEA pode ser identificado já nos primeiros meses de vida. Antes dos 18 meses, alguns sinais podem indicar a necessidade de avaliação: ausência de balbucio até o primeiro ano, falta de resposta ao ser chamado, pouco interesse em interações sociais e dificuldade em apontar objetos de desejo. Além disso, comportamentos repetitivos, como balançar o corpo ou brincar sempre da mesma forma, e resistência a mudanças na rotina também são indícios comuns.
Como ocorre o diagnóstico
O processo costuma começar com o pediatra, mas especialistas como neuropediatras e médicos do desenvolvimento infantil são os mais indicados. A avaliação é clínica, já que não existe exame laboratorial que confirme o autismo. Ela inclui:
- Entrevistas com os pais, para detalhar o histórico do desenvolvimento;
- Observação direta da criança, analisando comunicação, interação social e comportamentos;
- Testes padronizados, como o questionário M-CHAT, aplicado em crianças pequenas como ferramenta de triagem.
Por que agir cedo faz diferença
O diagnóstico precoce abre caminho para intervenções adequadas, fundamentais para estimular o desenvolvimento e reduzir impactos do TEA na vida da criança. Quanto antes o acompanhamento especializado começar, maiores são as chances de evolução positiva na comunicação, no aprendizado e na interação social.
O autismo é um transtorno do desenvolvimento que exige atenção rápida e acompanhamento multidisciplinar. Reconhecer os sinais é o primeiro passo para garantir qualidade de vida e inclusão.