
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) está tentando impedir a realização de um show do cantor Leonardo, previsto para acontecer no dia 21 de setembro, em Teresópolis. O motivo? O custo do evento, de R$ 800 mil pagos com dinheiro público, enquanto o município enfrenta uma grave crise financeira.
A ação foi ajuizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Teresópolis e pede liminarmente a suspensão imediata do contrato e da apresentação. O MPRJ argumenta que o gasto é incompatível com a atual situação da cidade, que está sob estado de calamidade financeira e tem uma dívida estimada em R$ 700 milhões.
Além disso, o município estaria enfrentando problemas sérios como:
• Atrasos no pagamento de salários e verbas rescisórias;
• Falta de repasses para hospitais conveniados ao SUS;
• Ausência de políticas públicas básicas nas áreas de saúde e assistência social.
Segundo o promotor Rafael Luiz Lemos de Sousa, a intenção da ação não é impedir eventos culturais na cidade, mas sim evitar o uso irresponsável de recursos públicos em momentos de crise. “É preciso priorizar o essencial antes de investir em entretenimento”, afirmou.
O que o MPRJ está pedindo?
Na ação, o Ministério Público solicita:
• A suspensão imediata do show e de qualquer pagamento com recursos públicos;
• Que o município apresente, em até 24 horas, todos os custos envolvidos no evento, com justificativa técnica e financeira.
O caso lembra decisões judiciais semelhantes em outras cidades, como Paranatinga (MT), onde um show do mesmo artista foi considerado superfaturado, e a empresa contratada teve que devolver R$ 300 mil aos cofres públicos.
Cultura sim, mas com responsabilidade
A discussão levanta um ponto importante: como equilibrar cultura e responsabilidade fiscal? É claro que eventos musicais são importantes para a economia local, lazer da população e promoção do turismo, mas quando serviços essenciais estão em colapso, é justo gastar quase R$ 1 milhão em um show?
O caso agora está nas mãos da Justiça, que decidirá se o evento poderá ou não acontecer com o uso de verba pública.