
O setor de segurança eletrônica vive uma revolução. Em 2024, o mercado brasileiro movimentou R$ 14 bilhões, impulsionado pelo avanço de soluções baseadas em biometria e inteligência artificial (IA). Segundo o Panorama Abese 2024/2025, o uso de IA em produtos e serviços de segurança cresceu de 54% para 64,3% em apenas um ano, sinalizando uma mudança de patamar no segmento.
Nos condomínios residenciais e comerciais, essa transformação já é visível. O reconhecimento facial começa a substituir chaves e tags tradicionais, oferecendo mais comodidade e, ao mesmo tempo, maior controle de acesso. “A biometria reduz vulnerabilidades e garante uma identificação única e segura do usuário”, destaca Selma Migliori, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese).
Entre os recursos mais avançados estão os sistemas de prova de vida, capazes de diferenciar uma pessoa real de uma foto ou vídeo exibido em tela. Combinados a algoritmos de inteligência artificial, esses mecanismos vão além do simples reconhecimento: aprendem padrões de comportamento e emitem alertas em caso de movimentações fora do normal.
Um exemplo prático já em funcionamento é a portaria remota. Mais de 14 mil condomínios no Brasil adotaram esse modelo, que pode reduzir custos em até 60% sem comprometer a segurança. A integração com biometria, autenticação por QR Code, sensores e softwares inteligentes torna o processo mais ágil e confiável. “A tecnologia permite total rastreabilidade e documentação, ampliando o nível de controle e a possibilidade de auditorias”, explica Selma.
Desafios e Boas Práticas na Segurança Eletrônica
No entanto, especialistas alertam que o sucesso da tecnologia também depende da conscientização dos moradores e funcionários. Boas práticas, como não permitir a entrada de desconhecidos, continuam indispensáveis.
Outro ponto essencial é o respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Por se tratar de dados sensíveis, como a biometria facial, é obrigatório obter consentimento explícito, garantir armazenamento seguro e oferecer a possibilidade de revogação pelo usuário. “A biometria, quando bem aplicada, não é apenas uma forma de identificação. É um símbolo de confiança”, reforça a presidente da Abese.