ENTENDA

Big techs na mira: governo federal vai enviar propostas de regulação ao Congresso

O projeto que regula o conteúdo foca as plataformas digitais que possuem mais de três milhões de usuários.

Governo prepara dois projetos de lei para regular as big techs
Governo prepara dois projetos de lei para regular as big techs. Foto: Pixabay

O governo federal deve enviar ao Congresso dois projetos de lei que tratam das big techs de uma vez só. Uma das propostas, elaborada pelo Ministério da Justiça e pela Secretária de Comunicação Social (Secom), cria regras para regulação de conteúdo. A outra, redigida no Ministério da Fazenda, trata da regulação econômica, com medidas para coibir práticas de concorrência desleal pelas plataformas, segundo antecipou com exclusividade, o repórter de política da Globonews em Brasília, Guilherme Balza.

Segundo ele, o desejo de Lula era encaminhar os textos ainda essa semana, mas a tendência é que fique para a próxima por dificuldades na agenda do presidente. Além disso, Lula quer costurar o envio das medidas com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O presidente também definiu que o governo só deve enviar as propostas depois que a Câmara dos Deputados concluir a votação do projeto da “adultização”, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-ES), que cria medidas para proteger crianças e adolescentes de crimes virtuais. A expectativa é que a matéria seja votada ainda essa semana.

Regulamentação de plataformas digitais

O projeto que regula o conteúdo foca as plataformas digitais que possuem mais de três milhões de usuários. As menores vão ser obrigadas a criar canais de comunicação com o público, mas estarão sujeitas a regras menos rígidas e de alcance mais limitado.

Já o texto que trata da regulação econômica é direcionado às cinco maiores big techs: Alphabet (Google), Amazon, Apple, Meta e Microsoft. As empresas já foram alvo de legislações para coibir práticas anticoncorrenciais em países da União Europeia.

Há um consenso no governo de que os serviços digitais estão praticamente livres de responsabilidades e precisam de regras mais claras de funcionamento, a exemplo do que ocorre em outros serviços para os consumidores.