PROTEÇÃO DA INFÂNCIA NA AMAZÔNIA

Estudo sobre depressão e violência sexual em adolescentes do Marajó é destaque internacional

Apresentação dos dados em um evento internacional coloca a realidade amazônica no centro do debate global.

Foto: Divulgação
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Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Mondó em Breves, no arquipélago do Marajó (PA), revelou uma forte ligação entre violência sexual e sintomas de depressão em adolescentes. O estudo, apresentado nesta semana na III Conferência Internacional de Políticas Públicas e Ciências dos Dados, em Portugal, reforça a urgência de políticas intersetoriais voltadas à proteção da infância na Amazônia.

Com base em entrevistas com mais de 200 jovens da rede pública, o levantamento aponta que 62,8% apresentam algum grau de depressão. Entre os que sofreram violência física ou sexual, os sintomas são significativamente mais graves. Os dados embasaram a criação do PROA — Programa de Orientação e Acolhimento — que capacita profissionais de escolas públicas para atuar em saúde mental e prevenção à violência.

Apoio e Desafios do Programa de Orientação e Acolhimento (PROA)

A iniciativa é realizada com apoio da Fundação José Luiz Setúbal e já formou cerca de 160 profissionais das áreas de educação, saúde e assistência social em Breves. O projeto também enfrenta desafios como a baixa oferta de atendimento psicológico no município, agravada pela alta demanda.

Além de traçar o perfil dos adolescentes, o estudo revelou que 14,4% já sofreram assédio sexual e 17,8% relataram episódios de racismo. Também foi identificado que eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, impactam negativamente a saúde mental de quase 60% dos jovens entrevistados.

Impacto e Relevância do Estudo do Instituto Mondó

Para o Instituto Mondó, combater a exploração sexual infantil é uma condição fundamental para garantir o direito à educação e à dignidade no Marajó. A apresentação dos dados em um evento internacional coloca a realidade amazônica no centro do debate global e abre caminhos para novas parcerias e políticas públicas mais eficazes.