JUSTIÇA

Família de operário morto no Pará receberá R$ 1,2 milhão de indenização

A 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas (PA), da Justiça do Trabalho da 8ª Região, condenou uma mineradora ao pagamento de indenização

Família de operário morto no Pará receberá R$ 1,2 milhão de indenização Família de operário morto no Pará receberá R$ 1,2 milhão de indenização Família de operário morto no Pará receberá R$ 1,2 milhão de indenização Família de operário morto no Pará receberá R$ 1,2 milhão de indenização
A 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas (PA), da Justiça do Trabalho da 8ª Região, condenou uma mineradora ao pagamento de indenização
A 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas (PA), da Justiça do Trabalho da 8ª Região, condenou uma mineradora ao pagamento de indenização. Foto: Divulgação

Pará e Parauapebas - A 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas (PA), da Justiça do Trabalho da 8ª Região, condenou uma mineradora ao pagamento de indenização por danos morais e materiais à viúva e aos filhos de um trabalhador, após ele sofrer um acidente fatal enquanto atuava em uma de suas minas no sul do Pará. Mediados pela juíza substituta Pricila Apicelo, a empresa e a família firmaram acordo judicial no valor de R$ 1,2 milhão, a ser dividido igualmente entre os beneficiários.

A tramitação foi célere, especialmente em razão das necessidades de dois filhos do trabalhador, menores de idade — um menino de 8 anos e um adolescente de 16. O pai, que exercia a função de Operador de Equipamentos e Instalações desde abril de 2015, faleceu no dia 2 de novembro de 2024 em decorrência de um acidente com um veículo SCANIA/G560 B8X4 XT CS, pertencente à frota da empresa, ocorrido na estrada da Mina Pêra. O veículo perdeu o controle, saiu da pista e tombou, resultando na morte imediata do trabalhador.

Os advogados da família argumentaram que não se tratou de uma “mera fatalidade”, apresentando fatores que indicam negligência por parte da empresa quanto à segurança e à capacitação do empregado. Designado para operar um determinado tipo de caminhão, o trabalhador passou a operar outro, com configuração distinta, sem treinamento adequado — o que comprometeu sua adaptação e segurança operacional. Ele realizava o carregamento de minério para transporte ferroviário no turno da madrugada.

Durante o processo, foi denunciado ainda que a empresa, até a data da ação, não havia apresentado laudos técnicos, relatórios internos ou documentos que esclarecessem as circunstâncias do acidente, negando informações à família, que tem direito à transparência e ao pleno esclarecimento dos fatos. A omissão no fornecimento de treinamento adequado e a recusa em apresentar a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) configuram conduta negligente.

Direitos e Deveres em Acidentes de Trabalho

Ressalta-se que é dever do empregador comunicar à Previdência Social qualquer acidente de trabalho que resulte em afastamento, incapacidade ou óbito do empregado, conforme estabelece o artigo 22 da Lei nº 8.213/91. A CAT é essencial para garantir os direitos previdenciários dos dependentes do(a) trabalhador(a) acidentado(a) ou falecido(a).

No processo, foi reforçada a legitimidade dos dependentes e sucessores para pleitear reparações por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho. Inicialmente, a indenização foi estimada em mais de R$ 2 milhões, sendo negociada e acordada em R$ 1,2 milhão durante audiência na 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas. O valor atende às necessidades da viúva, do filho de 8 anos e de dois filhos do casamento anterior — uma mulher adulta e seu irmão adolescente.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.