O Dia Internacional de Conscientização da doença de Parkinson, em 11 de abril, e a nova campanha da Rede Amparo, Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática (Cepid NeuroMat) trouxeram oportunidade para as pessoas com a doença combaterem as alterações motoras e não motoras por meio da dança. A professora e coordenadora do projeto, Maria Elisa Pimentel Piemonte, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina (Fofito-FM) da USP, conta: “Uma das bases de evidência mais robustas sobre os benefícios da atividade física para pessoas com Parkinson está em modalidades de dança, diversas modalidades de dança”.
O início dos estudos sobre os benefícios da dança para a doença de Parkinson foi na Argentina, com isso, o maior número de trabalhos está especificamente voltado para o tango, porque as pesquisas começaram com um grupo que se interessava especificamente por essa modalidade de dança. A partir disso, outros grupos pelo mundo começaram a investigar os efeitos de outras modalidades de dança para o Parkinson.
“É muito interessante porque, apesar das modalidades serem diferentes, ritmos diferentes, a questão de você ter que sincronizar o seu movimento com o ritmo da música tem sido muito positivo, não só sobre as alterações motoras, como também para as alterações não motoras da doença. A atividade física é hoje, talvez, a maior recomendação para a saúde geral da população, desde a infância até o envelhecimento. A questão para a doença não é diferente, além do tratamento medicamentoso, que ainda continua sendo a base de tratamento ,” explica a professora.
Campanha
A coordenadora do projeto explica como será a campanha deste ano: “Durante todo este ano vamos oferecer semanalmente vídeos curtos com professores de dança convidados, oferecendo então aulas de dança que podem ser feitas em casa de forma segura, sem a necessidade de um parceiro. Isso é importante para que as pessoas então incorporem a dança na sua rotina diária para ter os benefícios, não só motores da dança, como cognitivos, já que ela demanda uma integração, uma coreografia. Também há um estímulo para a melhora do humor, para a autoestima, como também para a questão social”.
Maria conta que o diagnóstico para encaminhamento a atividades físicas especializadas ou fisioterapia é um processo que precisa ser melhorado. Embora existam evidências de que iniciar essas intervenções precocemente trazem maiores benefícios e podem modificar o curso da doença, muitas vezes os pacientes só são encaminhados tardiamente, quando já apresentam limitações. Nessa fase, em vez de prevenir o agravamento, o foco passa a ser reverter os danos já instalados, o que é muito mais difícil, pois o tratamento atual é apenas sintomático, visando a minimizar o impacto dos sintomas, já que ainda não existe cura para a doença. Ela explica que, junto com a medicação e exercícios, efeitos que aliviam os sintomas aparecem, podendo contribuir para uma progressão mais lenta da doença, que é naturalmente degenerativa.
Para saber mais sobre a campanha e a Rede Amparo, acesse o Instagram, Facebook, canal Neuromat no YouTube e através do e-mail rede.amparo.usp.br.
Agência USP