Aexposição itinerante “Sairé – Celebração, louvor e disputa dos Botos”, do fotógrafo paraense Alexandre Baena, abre oficialmente hoje, 11, às 14h, no Espaço Cultural Senador Ivandro Cunha Lima, no Senado Federal, em Brasília.
A festividade que movimenta o turismo e a economia de Alter do Chão, no município de Santarém, no oeste do Pará é realizada todos os anos, no mês de setembro. Com mais de 300 anos de tradição, o Sairé é considerado patrimônio cultural brasileiro desde 2024. E chama a atenção não só pelas danças, mas também pelas músicas, gastronomia, pelo rito religioso e a famosa disputa dos botos Tucuxi e Cor de Rosa.
É todo esse universo do Sairé é retratado na mostra, como explica Baena:
“A exposição compõe um projeto que tem como objetivo valorizar e salvaguardar a cultura paraense, através de itinerâncias nacionais, que levam nossas riquezas culturais para as cinco regiões brasileiras. Nessas itinerâncias, já tive a honra de levar a Marujada de Bragança, o Festribal de Juruti e começamos, em outubro do ano passado, o Círio de Nazaré. Todas as itinerâncias contam com a parceria e participação ativa do Senador Jader Barbalho”, diz o fotógrafo.
Alexandre Baena destaca ainda que, durante a abertura da exposição “Juruti – Festival das Tribos”, no mesmo espaço cultural do Senado, o deputado federal Henderson Pinto viu a exposição e não mediu esforços para que o próximo destino fosse o Sairé. Para isso, ele teve como argumentos a força da tradição do rito religioso somado à disputa dos botos Tucuxi e Cor-de-Rosa e o potencial turístico de Santarém e Alter do Chão.
“As tratativas para montar a itinerância Sairé começaram, e o desenho da divulgação nacional dessa importante festividade paraense, através das minhas telas, foi feito. É fundamental rodar as cinco regiões levando o convite para que os visitantes das exposições venham conhecer e viver o que acontece em Alter do Chão, uma mensagem que leva a força dos povos tradicionais ecoando em toda uma indústria cultural que pulsa em Santarém e merece ser valorizada”, lembra o fotógrafo.
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“Com essa visão, a prefeitura de Santarém abraçou o projeto e fez a acolhida para a imersão fotográfica, junto com a equipe do deputado Henderson. Minhas lentes puderam captar momentos de fé, devoção e celebração, em um ritmo único. Isso tudo apresenta uma narrativa cultural de uma beleza e com uma representatividade que vai certamente plantar a vontade de vir viver a magia que acontece em Alter do Chão no mês de setembro”, acredita Baena, que assina também a curadoria da exposição.
PERCURSO
A mostra tem um total de 15 telas. Dentre elas, cinco imagens representam o rito religioso, cinco são registros do Boto Tucuxi e outras cinco, do Boto Cor-de-Rosa, uma tríade em equilíbrio para mostrar uma narrativa única.
A curadoria criou um espaço-tempo de um roteiro que segue crescente. Começa com o mastro, elemento presente em todas as festividades de santo e segue pelas pessoas responsáveis pelo rito, mostrando a beleza e suavidade da presença forte que ocupa as ruas de Alter do Chão.
“Após essa introdução com o rito, chegamos na disputa dos Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa. Em suas telas, intercaladas, mostro a narrativa do boto animal, sua transfiguração em humano, as comunidades tradicionais envolvidas neste momento de celebração e beleza, encerrando com as rainhas da festividade”, descreve Baena.
“É uma narrativa que tem sua cadência pensada para prender o espectador numa experiência em que, ao término, ele vai buscar informações para saber mais sobre o Sairé. E com toda certeza vai querer viver a experiência presencialmente em Santarém”, completa o fotógrafo.
