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O Fevereiro Laranja é o mês de conscientização sobre a leucemia, tipo de câncer no sangue que deve ter mais de 11.500 novos casos registrados no Brasil em 2025, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A leucemia é o nono tipo de câncer mais comum entre os homens e o 11º entre as mulheres, de acordo com o INCA. No Pará, a estimativa prevê 360 novos casos.
Outro dado do INCA que chama atenção é sobre as mortes provocadas pela leucemia. O Atlas da Mortalidade por Câncer registrou mais de seis mil mortes em 2022. Ou seja, cerca de 53% dos pacientes vieram a óbito. É um dos percentuais mais altos entre os diversos tipos de câncer. Uma das causas principais é o diagnóstico tardio.
A leucemia pode ser linfóide ou mieloide. Nos dois casos, pode se manifestar na forma aguda ou crônica. Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo as mais comuns a leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia linfóide aguda (LLA).
Como explica a médica hematologista do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), Camila Marca, na grande maioria dos casos de leucemia aguda não há a identificação de um fator causal, sendo a causa desconhecida. “Porém, a exposição à radiação, a certos tipos de quimioterapia ou a certas substâncias químicas como benzeno, que se encontra na gasolina, e alguns químicos utilizados nas indústrias da borracha e plástico, pesticidas e substâncias químicas presentes no tabaco aumentam o risco de desenvolver leucemia. Pacientes com algumas síndromes genéticas, como Síndrome de Down e Anemia de Fanconi, também aumentam o risco”.
A hematologista destaca que os sintomas relacionados à leucemia decorrem do não funcionamento adequado da medula óssea. Portanto, os sintomas relacionados à anemia são fraqueza, tontura, cansaço e palidez; sintomas relacionados ao não funcionamento adequado das células de defesa causando quadros de infecção ou relacionados a queixas de sangramentos devido a queda dos níveis de plaquetas. “São sintomas gerais, que não são específicos e únicos de leucemia, mas quando identificados devem levar a procura de atendimento médico”.
O hemograma é o exame mais simples e rápido de realização que pode dar pistas sobre o possível diagnóstico. Contudo, os exames de medula óssea (mielograma e imunofenotipagem) são os definitivos para confirmar a doença e determinar o subtipo de leucemia, se de linhagem mieloide ou linfóide, além de diferenciar de uma leucemia aguda versus crônica.
Sobre o tratamento, pode variar de acordo com o tipo de leucemia. “Mas em geral o tratamento das leucemias agudas envolvem quimioterapia, imunoterapia e/ou terapia direcionada a alvos específicos, podendo ou não ter indicação de Transplante Alogênico de Medula Óssea como complemento do tratamento. Já as leucemias crônicas, podem ser tratadas livres de quimioterapia, com medicações denominadas terapia alvo, em forma de comprimidos”.
Dentre os principais desafios no tratamento da leucemia estão o diagnóstico precoce para que rapidamente o paciente tenha seu diagnóstico confirmado e consequentemente seu tratamento iniciado, aumentando as chances de resposta. “As principais complicações de um paciente que encontra- se em tratamento são os riscos infecciosos e risco de sangramentos graves, ambos podendo levar ao desfecho desfavorável do paciente”, informa a hematologista.
No que se refere à prevenção, a não exposição a fatores de risco, como não fumar, não se expor a substâncias químicas e se ter contato com estas, fazer uso de equipamento de proteção individual ( EPI), são importantes passos na prevenção. “Porém, qualquer pessoa ao longo da vida pode desenvolver leucemia desde o nascimento até a velhice”.
Para a médica, a campanha do Fevereiro Laranja tem como objetivo promover a conscientização da população sobre a leucemia, promovendo informação sobre o reconhecimento de sintomas, formas de diagnóstico e tratamento. Também, “reforça a importância da doação de medula óssea enfatizando a necessidade e importância de mais pessoas se cadastrarem de forma voluntária no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Para isto, basta procurar o hemocentro de sua cidade, que no caso em Belém é o Hemopa”.